Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

28/06/2019

Encalhados numa ruga do contínuo espaço-tempo (87) - Obsoleto é um poucochinho exagerado. O liberalismo não é uma moda. É um modo de vida, como o despotismo


«Passados 27 anos da queda do Muro de Berlim e veja-se onde estavam então os dois homens: Trump vivendo na Trump Tower e ainda promovendo «The Art of the Deal»; Putin era o segundo oficial no posto avançado do KGB em Angelika Strasse, na cidade de Dresden no leste alemão. Enquanto o Ocidente capitalista crescia, o mundo de Putin desmoronava. O KGB foi expulso da Alemanha Oriental, os exércitos soviéticos retiraram-se da Europa de Leste e, em seguida, o ex-espião supérfluo do KGB teve de testemunhar a desintegração da poderosa URSS. Deve ter sido surpreendente para ele, anos mais tarde, testemunhar uma Europa à beira do colapso. E manipular as eleições dos EUA, enquanto Trump o defende contra a CIA que ele combateu toda a sua carreira como espião. Mas em 2017 pode ter um prémio ainda maior. Se União Europeia se desintegrar e Trump desestabilizar a aliança da NATO, a Rússia de Putin terá a Europa onde a quer e deixará de existir uma união que ele não pode controlar: o funcionamento das democracias da Europa Ocidental, cujo exemplo ameaça o governo de Putin na Rússia, será fatalmente afectado. Isso será uma reviravolta ainda maior.» («Is Putin’s master plan only beginning?», Henry Porter na Vanity Fair)

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