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08/06/2019

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: Não há constância maior do que a de Constâncio

Secção Musgo Viscoso

Vítor Manuel Ribeiro Constâncio, várias vezes secretário de Estado e ministro, incluindo ministro anexo, duas vezes governador do Banco de Portugal da primeira das quais transitou directamente para secretário-geral do PS. Como governador decretou o fim das crises e do «problema monetário macroeconómico» e teve uma notável participação na equipa de assalto ao BCP.

Soube-se agora que em 2007, na sua segunda passagem pelo BdP como governador, durante o assalto ao BCP o CA do BdP, por si presidido, reuniu-se «com apenas um único ponto na agenda: autorizar a operação que daria a Berardo um reforço da sua posição no BCP de 3,99% até 9,99%, com um financiamento de 350 milhões de euros a libertar pela Caixa, mediante a promessa dos títulos adquiridos».

Sem nenhuma surpresa, «a informação foi ocultada dos deputados na Comissão Parlamentar de Inquérito à CGD, onde Constâncio disse ser “impossível” que o Banco de Portugal soubesse que a CGD ia financiar Berardo antes de o crédito ser dado». (Público via Observador)

Já premiado algumas vezes aqui no (Im)pertinências, é justo volta a atribuir-lhe cinco pilatos por ter elevado ao seu pináculo a arte de lavar as mãos do assunto, cinco ignóbeis pelo extremo descaramento sonso com que descarta as suas responsabilidades e cinco bourbons como prémio de carreira.

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