PC refere-se ao Politicamente Correcto e não ao Partido Comunista e este post, que é reformulação de um outro de há dois anos, vem a propósito da votação a semana passada pelo parlamento da
reapreciação da «lei de identidade de género» vetada em Maio pelo PR e agora «
aprovada com a introdução de um relatório médico não patologizante para menores de 18 anos», nas palavras de uma das deputadas promotoras.
Em benefício das mentes ainda não iluminadas pelo PC, esclareça-se que a identidade de género não é a regressão do género
Homo para o género
Australopithecus afarensis, por exemplo; é apenas conceder aos maiores de dezasseis anos o direito a alterar no registo civil o «
género», o nome e a fotografia do requerente de acordo com a sua «
vivência interna e individual do género… e que inclui a vivência pessoal do corpo», segundo a formulação berloquista.
Ou seja, o João, um pimpolho com 16 anos, que segundo a lei ainda não atingiu a maioridade, poderá levantar-se um belo dia de manhã, vestir a
lingerie, a saia e a blusa da mãe, passar pelo consultório do médico amigo do pai para obter o relatório
não patologizante e ir ao registo civil requerer a mudança para o «
género» feminino mudando o nome para Joana. Se, mais tarde, se mudar a sua «
vivência interna e individual do género… e que inclui a vivência pessoal do corpo», vestirá as cuecas, as calças e a camisa do pai e voltará ao registo civil para mudar para o «
género» masculino e chamar-se de novo João.
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O João à saída do registo civil com o novo «género» |
É claro que, sem esta lei, nada impediria o João, ou a Joana, de atingindo a maioridade alterar o seu registo civil sem necessidade de representação e, por isso, faria muito mais sentido antecipar a maioridade para os 16 anos já que, se uma criatura tem maturidade para decidir mudar de «
género», terá maturidade para assumir plenamente os seus direitos e responsabilidades – ter não tem, mas isso é outra questão. Por isso, esta lei é apenas mais uma bandeira
pour épater le bourgeois ou, dito de outra maneira, só não é um insulto à inteligência porque os parolos que se deixam fascinar por estas iniciativas devem pouco à inteligência.