Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

30/09/2017

Tende cuidado com o que desejais

Em consequência da queda histórica da coligação CDU/CSU-SPD nas eleições de domingo passado, várias alterações se irão verificar na política alemã. A primeira é o fim da coligação que governou a Alemanha nos últimos dezasseis anos, dos quais os últimos doze liderada por Merkel. A segunda é que Wolfgang Schäuble, ministro das Finanças nos últimos oito anos, não é reconduzido e será o líder do CDU no Bundestag.

Com o facelift a que a esquerdalhada submeteu Angela Merkel pela sua decisão de acolher mais de um milhão de migrantes, transmutando-a de hitler de saias em senhora respeitável, Schäuble passou a ter de carregar sozinho a cruz da austeridade. Não espanta por isso que esquerdalhada doméstica se regozijasse pela saída de Schäuble, de pouco lhe servindo o petit nom de Ronaldo das Finanças que ele prantou no nosso alquimista Centeno.

Mais devagar, porque o mais provável sucessor de Schäuble é Christian Lindner, um jovem político com 38 anos líder dos liberais do FDP, que faz parecer Schäuble um ministro das Finanças do Sul da Europa. Isso e o facto de Merkel ficar com pouca margem de manobra numa putativa coligação «jamaica» (com FDP e Verdes) não são boas notícias para Costa-Centeno e Tsipras-Tsakalotos.

1 comentário:

Pedro Ferreira disse...

Concordo em absoluto e a impressora do Draghi vai ter de parar, já estamos com inflação de 1,5% a comer a poupança do Norte da Europa e também de quem poupa em Portugal.