Começo pela paródia da TSU culminada por Costa a acusar o PSD de não aceitar fazer de suplente da geringonça, substituindo o PCP e o BE.
Corrigindo e completando o que escrevi a semana passada sobre o aumento das exportações: segundo os dados do Eurostat, aumentaram as exportações para a UE, mas caíram as para fora da UE e o total estagnou nos onze primeiros meses de 2016.
Continuam a surgir fissuras na geringonça na área da Saúde. O ministro admite que existam hospitais como parcerias público-privadas. Contudo, comunistas e bloquistas insistem em mais uma «reversão» com argumentos tão estúpidos que fazem dó - leia-se a propósito o que escreveu José Manuel Fernandes sobre a polémica com o BE (aqui citada).
Já que falamos em Saúde, registe-se que o ministro admitiu no parlamento que o custo da reposição de salários e das 35 horas que disse há meses que não seria nada (no socialismo tudo custa nada até que o nada se transmuta em milhões) ficaram em «171 milhões de euros encargos adicionais»
Se dúvidas houvesse sobre o milagre do défice, quer a UTAO quer o Conselho de Finanças Públicas vieram confirmar que, entre outros coelhos tirados da cartola, o principal é a redução de mais de 20% no investimento até Setembro. Outro dos coelhos é a cativação de mais de mil milhões de despesa orçamentada, o dobro do inicialmente prometido, congelados por dependerem de autorização não concedida do MF.
Como era de esperar e escrevi a semana passada, imitando Teixeira dos Santos o governo da gerigonça colocou 1.300 milhões de BT a 3 meses e 11 meses com yield negativo ou praticamente nulo. Parece um bom negócio? Esperemos até ver a que taxas serão negociados valores equivalentes para renovar essas emissões nos próximos anos.
A propósito da dívida, cito as conclusão do artigo «Quanto nos custa a Geringonça?» que respondem à pergunta em título:
«1. Portugal é o único país, que num contexto de política monetária agressiva do BCE, viu as suas taxas de juro aumentarem no último ano.
2. As taxas a 10 anos durante 2016 foram o dobro da taxa a 10 anos do verão de 2015, e neste momento são quase o triplo.
3. O prémio de risco face à Alemanha duplicou durante o ano de 2016 e agora é o triplo do que era no verão de 2015. Chegamos a ter 150 bp de spread, agora temos 400 bp.
4. Face a isto, as emissões de 2016 e janeiro de 2017 custam anualmente mais 200 milhões de € do que custariam se as condições do verão de 2015 se tivessem mantido.
5. Na vida dos empréstimos que fizemos neste ultimo ano, isso representa cerca de 1,8 mil M€ a mais de juros. Esse custo adicional de 1,8 mil M€ representa 15% do total da dívida contraída (12 mil M€). Esses 1,8 mil M€ ao longo dos próximos anos representam um valor hoje de 1,2 mil M€ (0,6% PIB).
6. Esse custo hoje de 1,2 mil M€ representa 10% da receita deste ano do IRS.»
Há umas semanas atrás, perante a avaliação positiva pela OCDE das medidas no domínio laboral tomadas pelo governo PSD-CDS, o ministro Vieira da Silva disse que não tinha ainda lido o relatório (entregue há meses). Catando o relatório Vieira da Silva encontrou nele uma referência à eventual redução da TSU para compensar o aumento do salário mínimo. Não se fez de rogado e mandou logo os jornais amigos plantarem títulos como este do Público: «Governo ganha aliado para a TSU em relatório encomendado por PSD/CDS». É muita falta de decência.
Lembram-se do Simplex 2016 e da «vaca voadora» de Costa? Mais de 70% das medidas que deveriam ser sido concluídas no primeiro ano ficaram no tinteiro.
Termino esta semana com um exemplo dos poderes miraculosos de Costa que transformar qualquer problema em bullshit («Veículo para pagar aos lesados do BES será privado», titula um jornal amigo significando que no final pagam os sujeitos passivos) e um exemplo das virtualidades do que a gestão socialista pode fazer ao país: «PS com contas penhoradas por falta de pagamento de rendas».
1 comentário:
Portugal tem a 4.ª maior dívida pública do mundo!
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