De vez em quando, eles esquecem o aborto grátis pelo SNS, os casamentos e adopções homossexuais e as outras causas fracturantes, e, picados pela livre iniciativa, saem distraidamente da clandestinidade e revelam a que vêm: «a ideologia capitalista, e as práticas materiais que estão na sua base, precisam de ser desafiadas e destruídas, não importa a forma em que se apresentem.»
Outros, recordam os seus tempos longínquos de revolta estudantil, lideram novas revoltas e protestam «com alguma fúria» contra o seu sucessor e preconizam a dissolução do parlamento, solução já testada quando abriu caminho ao governo de José Sócrates.
Entretanto, «o Conselho de Estado (órgão consultivo) [é transformado] num Parlamento com extensões nos órgãos de comunicação social, alimentadas por quebras de sigilo e fugas de informação. Uma espécie de Parlamento alternativo onde a maioria é minoritária. Em breve os conselheiros estarão a pedir alterações ao regulamento, voto de braço no ar e divulgação das posições minoritárias nos comunicados oficiais.»
Ainda outros, descobrem ter um estômago que suportou galhardamente décadas de governos de lixo mas é agora demasiado delicado para os «dias do lixo» proporcionados por este governo e preparam-se para fazer do ressabiamento literatura.
Sem esquecer quem incansavelmente faz a oposição ao governo do seu partido e jura que gritaria com a troika mandatária dos credores que nos emprestam o dinheiro necessário para sobreviver à ruína deixada por governos, incluindo aqueles de que fizeram parte.
Mas não se ouvem gritos quando se prepara a aplicação em dívida pública das reservas que ainda sobram no Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social deixando as pensões futuras expostas ao risco de default do Estado. Pelo contrário, gritam contra qualquer coisa que possa melhorar a sustentabilidade da Segurança Social.
Ou gritam invocando que o resíduo do dinheiro dos contribuintes derramado na RTP, pela via das indemnizações compensatórias, contribuição audiovisual e fundos públicos, constitui um lucro que coloca os apparatchiks ao abrigo de despedimento.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
24/05/2013
Um dia como os outros na vida do estado sucial (8)
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