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09/05/2005

SERVIÇO PÚBLICO: quando o mais é menos

«Repare que em 2001 Portugal tinha mais de 40% de juizes que Espanha ou França. Tinha três vezes o número de juizes do Reino Unido. Só para lhe dar uma ideia. Em termos de tribunais por 100.000 habitantes Portugal tem um índice de 3,2, em Espanha o índice é de 1,3, e em França é de 0,8. Quer melhores indicadores de que não é preciso mais dinheiro para a Justiça? Isto é como o problema da saúde. Não é preciso mais dinheiro, nem para a saúde, nem para a educação. Há nesses sectores recursos a mais, eles estão é mal geridos. E esta é que é a questão fundamental. Um gestor para a justiça já. É um erro continuar com a ideia que o ministro da Justiça tem que ser um advogado ou um magistrado.»
(resposta do doutor Jorge Bleck - que nem parece advogado - à pergunta «Temos tribunais suficientes?» na entrevista ao Semanário Económico de 6 de Maio)

Podemos considerar o caso como uma aplicação ao mundo judicial da primeira das famosas 4 funções Zingarilho (os ignorantes podem consultar o Glossário das Impertinências): quanto mais, mais.

Quanto mais dinheiro deitas para cima dos problemas mais complicados eles ficam.

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