Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
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Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

29/06/2004

CASE STUDY: É preciso ser muito saudável para resistir a tanta doença (6º capítulo). A saga continua.

Agora que os portugueses ainda estão na fase eufórica do campeonato da Órópa, sob influência do síndrome do rectângulo de Alvalade, é bom lembrar que, ao virar duma qualquer esquina, uma doença espera por nós.

Ponto de situação (ver aqui, aqui, aqui, aqui e aqui): 4 milhões hipertensos, 38% com reumatismo ou artrite, 15 a 20.000 com parkinsonismo, 130 mil homens com cancro na próstata, 200.000 fibromiálgicos e milhão e duzentos mil com fadiga crónica (estimativa do Impertinências), 4.000 electricistas com doenças profissionais, 30.000 portugueses que sofrem dos intestinos, 14 milhões de dias de baixa por ano devido a problemas respiratórios, 15 a 20% da população com prurido, vermelhidão e lacrimejo na primavera, 4.000 (1 em cada 2.500 pessoas) que sofrem duma das mais de 40 doenças neuromusculares e 1.500 crianças com doenças reumáticas de causa desconhecida, 44.000 dias de falta por doença (15 dias por ano e alma) dos funcionários da Judite.

Segundo as últimas informações da preciosa fonte dos cadernos de saúde dos semanários, podemos adicionar 1 em cada 4.000 recém nascidos que sofre de fibrose quística, mais de um mi1hão de mulheres (1 em cada 5) e cerca de 300.000 homens (1 em cada 15) que sofrem de varizes, 5% das mulheres que sofrem da síndrome dos ovários poliquísticos, meio milhão de portuguesas e portugueses que sofrem de apneia do sono e 1 em 200 que sofrem de epilepsia.

Duas notas finais, como diz o professor Marcelo: registo com preocupação mais duas doenças sexistas (as varizes e os ovários poliquísticos) e, com surpresa acrescida, o fracasso eleitoral do Movimento pelo Doente, talvez só compreensível por estarem de baixa a maioria dos seus eleitores.

Post scriptum:
«Embora muitos médicos se mostrem preocupados com o palato, com a úvula e respectivas dimensões, muitas vezes negligenciam a língua», lembra-nos sensatamente o 17º caderno (Saúde Pública) do saco de plástico, a propósito da apneia ou doutra coisa qualquer. É um bom conselho que aqui acolho: blogonautas de todos os azimutes não negligenciem a língua.

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