Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (119) - A Passarola Afundada (XI)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias

Os amanhãs que o Dr. Costa promete irão cantar

Um governo mais compacto tipo task force (sim, ele prometeu isso e ninguém lhe perguntou porquê, depois de 6 anos com os maiores governos desde Dona Maria II), um salário mínimo de 900 euros no final da legislatura (sim, ele prometeu isso, e ninguém lhe perguntou quem vai pagar um salário mínimo que pode ser mais de 80% do salário médio), foram algumas entre muitas outras promessas do Dr. Costa. Porém, as mais impressionantes foram as de fazer «crescer (o PIB) por ano, em média, ( ... ) um ponto percentual acima da média da zona euro (19 Estados- membros)» e «reduzir, no mínimo, até 2026, o peso da dívida pública no PIB para valores inferiores 110%» (leia-se aqui o que João Duque escreveu sobre este milagre).

Até no peditório o governo do Dr. Costa é incompetente

Espanha, França, Grécia e Itália no final do ano já tinham cumprido todos os requisitos para receberem a segunda tranche do PRR. O governo do Dr. Costa ainda anda às voltas do "acordo operacional" com a CE e não cumpriu ainda os 34 marcos e as 4 metas para aceder à mineração do guito europeu.

A «Empresa Financeiramente Apoiada Continuamente (pelo) Estado Central» pode estar a caminho de vir a ser mais uma EP

Desde Julho de 2020 o Dr. Siza Vieira tenta impingir sem sucesso a EFACEC da Dr.ª Isabel dos Santos que o governo nacionalizou. Os putativos interessados foram-se sucessivamente desinteressando e a DST, o último deles, está por um fio, segundo o Expresso. Nesta altura o governo já lá enterrou 115 milhões em garantias a empréstimos bancários e 1.050 milhões da linha Covid. É claro que nenhum "privado", como se chama em socialês uma criatura que não depende totalmente do Estado sucial, no seu perfeito juízo vai ficar com um mono sem ser devidamente "compensado" por todas as razões já conhecidas e mais uma que acabou de ser conhecida: uma acção de indemnização de 53 milhões proposta pela empresa brasileira Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos (CPTM). Daí que para evitar o escândalo nos títulos dos jornais de one shot de umas centenas de milhões , o desfecho mais provável é o mono vir a juntar-se às centenas de outros que constituem o sector "empresarial" do Estado e diluir não já as centenas de milhões mas os milhares de milhões por várias décadas - deve ser isto que estão a chamar plano B.

Boa Nova

O Dr. Leão diz que reduzirá 13 pp dívida da pública em dois anos e espera uma melhoria do rating. Aconselho o Dr. Leão a ler o que escreveu o seu colega João Duque.

Mostrando o seu indisputável e talvez inigualável talento para os anúncios, o governo que termina o mandato dentro de 3 semanas anunciou que no ano de graça de 2030 (dois mil e trinta) o investimento público em investigação e desenvolvimento deve atingir 3% (três por cento do PIB em 2030, isto, claro, se os três ou quatro ministros que até lá sucederão ao Dr. Leão não fizerem cativações.

Choque da realidade com a Boa Nova

Como que a confirmar o título do meu post de há um ano (O Dr. Pedro Nuno Santos pode ser um zero (à esquerda) a tratar de comboios, mas é um génio dos anúncios), a conclusão das obras do plano Ferrovia 2020 foi empurrada para 2023.

«Em defesa do SNS, sempre»

As urgências dos hospitais continuam a colapsar: Caldas da Rainha, São João, Leiria, Serpa... Os tempos de espera para a maior parte das consultas "muito prioritárias" da maior parte dos hospitais são de várias semanas. Alguns exemplos do Hospital Beatriz Ângelo (Loures), um dos mais modernos e que melhor funcionava antes de terminada a PPP: Angiologia 35 dias; Cirurgia 26 dias; Ginecologia 35 dias; Imunoalergologia 69 dias; Neurologia 97 dias. Quanto as consultas de prioridade "normal" no mesmo hospital de Loures podem chegar aos 511 dias como a Oftalmologia. 

Em conclusão, a paixão socialista pelo SNS é ruína da saúde pública e a fortuna da a saúde privada. Pelo meio ficam os pobres sem seguro de saúde nem dinheiro, enquanto os governos socialistas se esforçam por acabar com os ricos.

Ineficiente, sempre. Ineficaz quando possível

No Portugal dos Pequeninos, um dos Estados mais policiados da UE, os carros da polícia só podem sair para o «imprescindível» por falta do visto do TdC para comprar combustível.

O primeiro governo do Dr. Costa começou com 1.668 mil alunos e 121 mil professores e o segundo governo cinco anos depois têm menos 64 mil alunos e mais 6 mil professores e ainda assim concluíram ter de contratar mais 808 professores além dos 3600 já previstos,

Velando pela família socialista até ao último minuto

A três semanas das eleições e com o parlamento dissolvido o governo renova por cinco anos comissões de serviço de apparatchiks cuja comissão só terminaria depois das eleições.

«Pagar a dívida é ideia de criança» ou quando a descida é afinal uma subida

«Dívida pública desce pelo quinto mês consecutivo para 269,8 mil milhões» titulam quase todos os jornais, celebrando uma descida da dívida bruta de 1,4 mil milhões, que como habitualmente de vez em quando desce enquanto vai subindo ao ritmo das novas emissões, das maturidades e das variações da chamada "almofada financeira". Já a dívida pública líquida deduzida a almofada aumentou em Novembro 300 milhões de euros.

De volta ao velho normal

O montante de crédito às famílias até Novembro atingiu 22,8 mil milhões e bateu o recorde de 2008, antes da crise financeira que haveria de começar a revelar o real estado do Estado sucial e ficou visível com o resgate de 2011.

Ainda não é o mafarrico, mas já se sente o cheiro das brasas

A inflação já visível no EUA e na Zona Euro começou a chegar ao Portugal dos Pequeninos e atingiu 2,8% em Dezembro.