Revista do Expresso |
Como venho repetidamente a escrever, Portugal é um dos países com mais polícias por habitante na UE e elsewhere. No caso da UE somos o sexto país em número de agentes mas, apesar disso, estamos na média de gastos com as polícias em percentagem do PIB porque nos polícias e em todas as profissões os salários médios portugueses são mais baixos do que a média da UE (porque recorde-se a produtividade do trabalho em Portugal é 65% da média da UE).
Se o Dr. Costa deixar o Dr. Cabrita cumprir o prometido o ano passado, até 2023 a polícia terá mais 10 mil efectivos o que provavelmente colocará Portugal no topo da UE ou mesmo do mundo.
Mas onde os polícias portugueses mais se distinguem é no seu exacerbado sindicalismo. No último levantamento que fiz há dois anos existiam 17 sindicatos de polícias, tendo o 16.º 451 associados e 459 dirigentes e delegados e o 17.º sindicato 27 polícias todos dirigentes sindicais. O desvelo policial pelo sindicalismo resulta do «trabalho sindical» dos dirigentes dar quatro folgas por mês e o dos delegados sindicais 12 horas.
Em Setembro os polícias irão fazer uma vigília em S. Bento a reivindicar o aumento do subsídio de risco dos agentes da PSP e dos militares da GNR. Faz todo o sentido, porque o salário dos polícias é apenas para ficarem sentados no interior das esquadras. Se se quiser que os polícias façam o trabalho policial expondo-os à meteorologia e aos contactos com a população, nem sempre agradáveis, será preciso pagar-lhe devidamente.
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