A evolução das sondagens colocou à prova a elasticidade do Dr. Costa que começou por recusar qualquer entendimento com o PSD, o CDS, o PCP, o BE, o PAN e o Chega, acabou a garantir que estaria capaz de falar com todos, excepto o Chega, e até mandou o adjunto que gosta de malhar na direita garantir que o PS estaria disponível por fazer um acordo de cavalheiros com o Dr. Rio o que, pressupondo a existência de pelo menos dois cavalheiros, não me parece nada realista. O Dr. Costa demonstrou assim, mais uma vez, que os princípios não são para ele um fim em si mesmos e reafirmou a sua devoção pelo groucho-marxismo.
O Dr. Costa além de muito elástico tem vários chapéus
Na verdade, até tem uma samarra que envergou para dar uma cor local à sua campanha no Alentejo.
Com o seu chapéu de líder do PS, o Dr. Costa criticou os políticos que defendem que o futuro das pensões fique dependentes do «jogo de mercado», ou seja políticos como ele próprio, cujo governo tem 4,5 mil milhões do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social aplicados em acções e 14,7 mil milhões aplicados em obrigações, uns e outros cotados em bolsa.
Com o seu chapéu de economista-chefe de S. Bento, o Dr. Costa anunciou o crescimento de 4,6% em 2021 antecipando-se ao INE. E se o INE não confirmar? Nesse caso o Dr. Costa poderia fazer como o sultão Recep Tayyip que demitiu o director do INE turco por publicar dados «incompatíveis com os valores nacionais e morais». Dêem-lhe tempo.
Choque da realidade com a Boa Nova
O muitas vezes anunciado contrato-programa da ferrovia assinado em Junho de 2021 com a IP, que faz parte do pomposíssimo Programa Nacional de Investimentos 2030, foi prorrogado pela terceira vez. Como se sabe, isso para o Dr. Costa e a sua equipa não é um problema, é uma oportunidade, a oportunidade de continuar a fazer anúncios sobre o mesmo tema, caso um eleitorado abúlico lhe dê a oportunidade de continuar em S. Bento a fazer anúncios.
A difícil convivência do socialismo com a aritmética
«Estamos preparados»
120 milhões de euros gastos em testes mais uma centena de milhar de homem-dia dos técnicos de saúde para fazer 11 milhões de testes em Dezembro e Janeiro não será um bocadinho muito demasiado?
O Fundo Autónomo De Apoio À Concentração E Consolidação De Empresas (FACCE) inventado pelo socratismo para salvar empresas sem salvação torrou mais de 84 milhões em empresas como a Aerosoles/Investvar (ler aqui o que escrevemos sobre este elefante branco), La Seda (idem aqui e aqui), entre outras, e mais recentemente a Dielmar (lá teria que ser).
3,2 milhões de euros em obras e equipamentos, o triplo do orçamentado, foi quanto o governo torrou no ex-hospital militar de Belém para apoiar o SNS. Num ano passaram pelas 140 camas desta unidade 657 doentes (uma taxa de ocupação de 9%, admitindo uma internamento médio de 7 dias). Agora essas instalações vão ser usadas para receber refugiados afegãos.
51 milhões dos fundos europeus vão ser torrados para comprar autocarros eléctricos e postos de carregamento em vários cus de judas deste país.
Com o saber de experiência feito, o governo do Dr. Costa pretende torrar mais 400 milhões em empresas de «interesse estratégico nacional». E o que são empresas estratégicas? Segundo a tradução do web bot de AI, é o nome que o governo dá às empresas onde torra o dinheiro dos contribuintes portugueses e, de preferência, europeus.
De volta ao velho normal
A exportações no último trimestre de 2021 aumentaram 9,2% em relação ao mesmo período de 2019 enquanto que as importações aumentaram 14,5%, de onde continuamos com o défice comercial a aumentar.
Take Another Plan
Depois de um ano e meio a fazer anúncios de planos, de medidas, de reestruturações, a única medida visível na TAP tinham sido uns quantos despedimentos, que agora começam a ser revertidos pelos tribunais
«A educação é a nossa paixão»
Deve ser de facto a grande paixão socialista desde o Sr. Eng. Guterres. O primeiro governo do Dr. Costa começou com 1.668 mil alunos e 121 mil professores e o segundo governo cinco anos depois têm menos 64 mil alunos e mais 6 mil professores e ainda assim, quatro meses depois de iniciado o ano lectivo, segundo a Fenprof ainda há trinta mil alunos sem as aulas todas.
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