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07/07/2020

O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (190) - No Estado Sucial não há conflito de interesse. Há interesses em conflito


«O PS não é só um partido, é uma máquina voraz com uma insaciável vocação de poder; não surpreende, portanto, que seja o elevador social preferido de alguns que, em circunstâncias normais, nunca passariam do rés-do-chão. Colonizar o Estado com os seus, como aqui sinalizei, é a primeira coisa que o PS faz quando chega ao poder; não só para satisfazer as vastas e fiéis clientelas, como alguns mais incautos podem pensar, mas para eliminar qualquer espécie de atrito ou necessidade de prestação de contas e de contraditório. E é nessa mesma linha que, na primeira oportunidade que tem, se vê livre das vozes e poderes mais incómodos, como procura fazer com a comunicação social e como fez com Joana Marques Vidal.»

Não há anjos em São Bento, Pedro Gomes Sanches no Observador

Um dos exemplos da voracidade do PS e do seu controlo sobre os mídia é a participação no comentário político de dirigentes partidários no activo e ocupando lugares públicos. É uma situação que em qualquer país civilizado não teria lugar. É verdade que quase todos os partidos o fazem, mas com o PS as coisas assumem proporções escandalosas, como no caso de Fernando Medina, o presidente da câmara de Lisboa onde sucedeu a António Costa e de quem se diz lhe sucederá na liderança do PS. A exemplo de Costa, a quem Pacheco Pereira ofereceu um palco no seu programa Quadratura do Círculo para minar a liderança de António Seguro, Medina dispõe de um púlpito na TVI24 onde faz comentário político.

Além da TVI24, Fernando Medina faz igualmente comentário político num programa de debate da Rádio Renascença onde ele e João Taborda da Gama, filho de Jaime Gama (cá está, outra vez, a grande família socialista), simulam confrontar-se. Apesar de se dizer próximo do CDS, João Taborda da Gama parece estar quase sempre de acordo com Medina. Poderia ser mera coincidência, não fosse o caso de Gama ter dois contratos de assessoria jurídica com a câmara de Lisboa, de nomeação directa, pelos quais factura uma bela soma de 17 mil euros por mês.

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