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10/07/2020

CAMINHO PARA A SERVIDÃO: Autocensura. Estádio superior da censura

«Heather Mac Donald é uma académica americana que estuda polícia e ordem pública. Estuda, pensa, mas tem dois problemas para os dias que correm: é uma mulher branca e escreve no "Wall Street Journal", que, como é do conhecimento geral, está ao nível do "Mein Kampf".

Infelizmente, esta minha ironia não está deslocada da realidade, isto é, esta esquerda dominante fala do "Wall Street Journal" com um ódio que só seria aceitável perante uma publicação fascista. Mas adiante. Sendo branca e republicana, Heather Mac Donald é uma autora tabu. O que ela diz está sempre fora da ‘verdade’, mesmo que seja verdade, mesmo que seja uma verdade factual. É por isso que ela foi há dias protagonista de um caso que revela bem a máquina autoritária deste politicamente correto.

Heather Mac Donald citou (*) um estudo académico de uma revista com peer review. Esse estudo confirma que não há viés racista da polícia quando se trata do uso de armas de fogo. É um facto (o racismo só é visível nos encontros sem armas de fogo). O que aconteceu? Os autores do paper citado pela ‘maldita’ e ‘branca’ Heather Mac Donald pediram desculpa e despublicaram o paper. É este o nível de censura e autocensura que esta esquerda está a impor ao pensamento, seja na academia, seja na literatura, seja no jornalismo, seja no humor.

Isto não quer dizer que não há racismo em muitos polícias. Quer dizer que o racismo é visível (e há estudos sobre isso) nos momentos em que o polícia não tem de sacar da arma: operações stop na estrada e violência corporal. Quando a polícia só tem de usar o corpo, como, aliás, no caso de George Floyd, sim, os números mostram um enorme viés racista contra os negros. Serve isto para quê? Para pintar um quadro real, factual, preciso da realidade, um esforço que não interessa a esta cultura do cancelamento e proibição.

Este é só mais um caso de uma extensa lista de atentados contra a liberdade de pensamento levada a cabo por este politicamente correcto, marxismo cultural, políticas de identidade, movimento woke, chamem-lhe o que quiserem. Eu chamo-lhe intolerância e censura.»

A censura e autocensura do “antirracismo”, Henrique Raposo no Expresso

(*) O relato pelas palavras de Heather Mac Donald pode ser lido em I Cited Their Study, So They Disavowed It

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