Muito apropriadamente, o Economist criou um prémio a que deu o nome de Luís XVI «para ser atribuído ao líder europeu mais fora da realidade». O primeiro vencedor foi justamente o presidente do Conselho Europeu ainda em exercício Jean-Claude Juncker.
[Fica aqui lavrado o protesto impertinente pelo roubo criativo virtual e antecipado de uma ideia que haveria de sair do meu bestunto, só não se sabia quando. Teria sido um belo prémio a juntar aos bourbons e aos outros, para premiar na Avaliação Contínua o lunatismo.]
Esta é parte divertida da coisa. A parte menos divertida é o profundo descrédito de Juncker e de muitos outros líderes europeus pela recusa de enfrentar a realidade. Descrédito que, na pior hipótese, poderá conduzir ao colapso das instituições europeias e, na melhor, retira legitimidade a essas instituições convertendo as decisões do conselho ou da comissão europeia em meros delírios que os governos nacionais ignorarão com o aplauso dos respectivos eleitores. O Pacto de Estabilidade e Crescimento dá-nos o primeiro exemplo.
Luís XVI antes de perder a cabeça
CORRECÇÃO: o blogue de Luís XVI, à época chamado diário, estava offline.
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