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10/06/2004

ESTÓRIA E MORAL: O Dez de Junho e eu.

Estória

Ano após ano, espero ansiosamente até às vésperas do Dia da Pátria a chegada dum telefonema, duma carta, enfim, dum sinal vindo da Casa Civil da Presidência da República. E nada.

Este ano, uma vez mais, nada.

E porquê? Sim, porquê? Percebo que nunca me tenha saído senão uma ou duas aproximações na lotaria. Conformo-me que nem um cêntimo me tenha pago o totobola ou o totoloto. Mas uma comendazita, uma condecoraçãozita, ao menos uma fita para pendurar, não seria normal esperar?

Mais um ano e dezenas, ou centenas, de novos comendadores e condes corados do O'Neill, e eu nada. Quantos portugueses ainda não foram prendados no dia da Pátria? Alguns, muito poucos. E os que ainda não o foram sabem que o serão, só não sabem quando.

Não é o meu caso. Pertenço definitivamente a uma espécie em vias de extinção - a dos portugueses que ainda não foram condecorados, e a uma outra espécie rara - a dos portugueses que perderam a esperança de ser condecorados no 10 de Junho.

Moral

A moral? Qual moral? Não há moral nenhuma nisto. Há coisa mais imoral?

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