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01/11/2020

De volta à Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva (44) - Qual a letalidade da Covid-19? (6) O caso de Portugal

Este post faz parte da série De volta à Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva e é uma continuação Qual a letalidade da Covid-19? (5)

Recordando a distinção entre taxa de letalidade, que relaciona o número de óbitos com o número de infectados, e a taxa de mortalidade que relaciona o número de óbitos causados por uma epidemia com a população, num caso e noutro com referência a uma determinada área (mundo, pais, região, cidade, etc.).

Recordando também algumas das patetices que os mídia foram publicando, confundindo mortalidade com letalidade e não percebendo que, sendo o número de infectados testados e conhecidos sempre inferior ao número total de infectados, à medida que são feitos mais testes o denominador aumenta mais rapidamente do que o numerador:
  • 06-03 - «O novo coronavírus é igual à gripe? Não. Mata 26 vezes mais» (Sábado)
  • 19-03 - «Organização Mundial de Saúde (OMS) avançou na semana passada que a taxa de mortalidade do vírus se encontra nos 3,4%» (Expresso)
  • 29-03 - «a taxa de letalidade subiu para 2% » (SIC Notícias)
  • 12-04 - «Em Portugal, a taxa de mortalidade situa-se agora ligeiramente acima dos 3%» (ionline)
  • 13-04 - «A taxa de mortalidade subiu para 3%, disse a ministra da Saúde» (DN)
  • 13-04 - «OMS diz que o novo coronavírus é dez vezes mais mortal que o vírus da gripe de 2009» (Público)
  • 16-04 «Portugal tem taxa de letalidade de 3,3%. A média europeia é de 8,6%» (DN)
  • 19-04 - «A taxa de mortalidade belga está perto dos 15%» (Observador)
  • 20-04 - «o que fez baixar ligeiramente a taxa de mortalidade para 3,52%» (Observador)


No gráfico estão representados o número total de óbitos por e com Covid e a taxa de letalidade medida pela relação entre esse total e o total de infectados testados e conhecidos. Como seria de esperar, a taxa de letalidade, que chegou a atingir 4,35% em 6 de Junho, vem gradualmente a descer e no final de Outubro estava em 1,77% e tudo indica que continuará a descer porque mesmo que o número de óbitos diários se mantenha na ordem das dezenas o número total de infectados testados situa-se na ordem dos milhares. No final é muito provável que letalidade por Covid não seja muito diferente da gripe comum.

1 comentário:

Anónimo disse...

Isto é um problema do planeamento socialista.
(mesmo feito por um governo de extrema direita não deixa de ser planeamento socialista)

Na economia a economia planeada faz-lhe falta o mercado e os sistema preços.

Aqui no planeamento da pandemia continua a faltar um conhecimento profundo da doença.

-> No planeamento devemos saber quem vamos matar por falta de cuidados de saúde?
-> No planeamento devemos saber quem vai deixar de nascer por falta de prespectivas dos progenitores?
-> No planeamento falta o cálculo de quem vai ser abortado?
-> No planeamento falta saber quem moreria à mesma quer com Covid quer sem covid?
-> muitas outras questões..


Note-se que isto é uma onda de choque que não se sabe a curto prazo.

Mesmo que a contagem venha a totalizar 10.000 (1000 mortos por milhão)

Em duas/três épocas de mortalidade por doenças respiratórias quantas mortes seriam exclusivamente resultado da COVID?