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23/10/2020

Os fanatismos nos EUA estão a entregar a regulação da liberdade de expressão aos techies

(A capa da Economist) desta semana aborda a tempestade da fúria popular que atinge empresas de tecnologia que supostamente destruíram a sociedade. A esquerda diz que, desde as teorias da conspiração de QAnon ao incitamento dos supremacistas brancos, as plataformas de mídia social estão a afogar os utilizadores em ódio e falsidade. A direita acusa as empresas de tecnologia de censura, incluindo na semana passada a um artigo duvidoso que alegava corrupção na família de Joe Biden, o candidato democrata à presidência. As tentativas de mudança das empresas de tecnologia para limpar a fossa significa que um punhado de executivos não eleitos estão a fixar os limites da liberdade de expressão. À medida que aumenta a indignação online, cresce a pressão sobre as empresas de tecnologia para restringir cada vez mais material. Políticos, empresas de tecnologia e - o mais importante - os utilizador das redes sociais, todos têm uma participação. Mas como eles deveriam proteger as regras do discurso público?»

Zanny Minton Beddoes, Editora-chefe da Economist

2 comentários:

Anónimo disse...

https://nypost.com/2020/10/21/hunter-biden-laptop-linked-to-fbi-money-laundering-probe-report/

Meu caro, atenção que os democratas são os nossos socialistas e estes Biden são os marqueses lá do sítio.

Nota: eu entendo as câmaras de ressonância, como faço:
1ºvejo o que os nossos telejornais falam sobre o assunto,
2º vejo o huffington post
3º Vejo a posição da FOX.

Isto dá uma visão sobre o assunto diversa.

As caixas de ressonância são tramadas....

Eu já mais acharia que o "artigo duvidoso",
Acho que o QAnon é de facto uma teoria, mas isso não diz nada sobre o candidato.

Mas o pertinente sabe o bastante para avaliar por si. (Eu tenho-o por muito conhecedor)
Mas sobre o trump é o melhor que pode acontecer-nos, sim mesmo a nós, não tenha duvida que o que se passa lá afeta-nos aqui.

Sou libertário, não concordo com tudo que ele faz, mas sou da opinião que os socialistas iria ser muito pior.

Afonso de Portugal disse...

Anónimo do comentário anterior,

Em cheio. A imparcialidade da editora-chefe fica logo em dúvida quando ela se refere ao artigo censurado como "duvidoso" mas, em simultâneo, é incapaz de condenar a censura exercida pelas redes sociais, sempre no mesmo sentido. Esta gentalha dos grandes jornais é tão arrogante que nem sequer compreende que estas "pequenas" contradições saltam imediatamente à vista de qualquer pessoa com o mínimo de bom senso. Tresandam a hipocrisia e, mais importante, a vigarice.

E a pergunta que ela faz no final é pura e simplesmente absurda. O YouTube, o Twitter, o Facebook e todos as outras grandes redes sociais dos EUA beneficiam de um estatuto especial que as impede de ser legalmente penalizadas pelo conteúdo publicado pelos seus utilizadores, que é o estatuto de "fórum público neutral". A manutenção deste estatuto requer explicitamente que estas plataformas não exerçam qualquer forma de censura sobre os seus utilizadores, conforme se pode ler aqui:

https://www.city-journal.org/html/platform-or-publisher-15888.html

Ou seja, a editora-chefe da Economist está a fazer uma pergunta que não se aplica ao caso concreto das redes sociais, porque as redes sociais não deveriam, à luz do seu estatuo legal, poder censurar o que quer que fosse!