Há duas semanas, o Guardian - um jornal britânico assumidamente infestado pela esquerdalhada - lançou uma campanha induzindo os seus leitores a escreverem emails a eleitores americanos do Ohio (um dos swing states) influenciando o seu voto - imaginem em quem?
Algumas das reacções desses eleitores americanos foram compiladas pelo próprio Guardian aqui. Dividem-se em três grupos: palermices «internacionalistas» apreciativas da intrusão nas suas vidas dum emplastro britânico; indignação sincera e, em certos casos, vernácula por essa intrusão; preocupação de quem (democratas com as meninges em melhor estado) percebe que com amigos destes não são precisos inimigos.
Um exemplo deste último tipo:
«I just read a hilarious proposal to involve your readership in the upcoming US presidential election. At least, I'm hoping that it is genius satire. Nothing will do more to undermine the Democratic cause in Ohio than having patronising Brits wander around Clark County telling people how to vote. Just, for a second, imagine if the Washington Post sent folks from Ohio to do the same in Oxfordshire. I'm saying this as a Democrat, and as someone who has spent the last few years in the UK. That is, with all due respect. Please, please, be rational, and move slowly away from the self-defeating hubris.»Com este «projecto» (que bela afinidade com a nossa esquerdalhada que também adora «projectos»), o Guardian ganha cinco merecidos chateaubriands por andar a fazer o lugar do outro.
Eu não sou o eu, nem sou o outro
Sou qualquer coisa de intermédio
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o outro
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