Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

21/06/2024

O Império que o Czar Vladimiro quer reconstruir é o Império Soviético, menos o marxismo


«Os esquerdistas do Ocidente e os nacionalistas do Sul Global não se cansam de apontar os males do imperialismo. No entanto, poucos incluem a União Soviética em sua lista de vilões. Isso é estranho: o império soviético estendia-se por 11 fusos horários, oprimindo os seus estados vassalos de forma tão flagrante que todos declararam independência no momento em que tiveram a oportunidade.

Propagar esta história torna mais difícil entender o presente, quando o homem com o quarto maior exército do mundo está a tentar reconstruir uma versão desse império, menos o marxismo. Quando Vladimir Putin descreveu a libertação dos antigos súbditos da União Soviética como a "maior catástrofe geopolítica do século 20", ele expressava uma visão de mundo compartilhada em séculos anteriores pelos conquistadores espanhóis e os rufias da Companhia Britânica das Índias Orientais: a de que as nações fortes devem governar as mais fracas, independentemente da vontade dos que lá vivem.»

Excerto de What the left and right get wrong about imperialism

20/06/2024

CASE STUDY: Na "competividade", como diz o Dr. Costa, estamos um poucochinho melhor, como também disse o Dr. Costa

O ranking de Competitividade do IMD publicado há dias mostra uma subida de 3 lugares do Portugal dos Pequeninos no conjunto dos 67 países avaliados, ou seja coloca-nos de volta a 2021.


O melhor score é, como habitualmente, no domínio das infraestruturas à custa, recorde-se, dos anos de libertinagem orçamental do Sr. Eng. Sócrates que nos custou de seguida a bancarrota e o resgate. O pior, também como habitualmente, é a (in)eficiência do governo.
Decompondo os quatro domínios, constata-se que quanto à (in)eficiência do governo os piores scores são fiscalidade e o quadro institucional e quanto às empresas o pior são as práticas de gestão. Nenhuma novidade, portanto.
_________________
PS:
(1)  Posts relativos aos rankings de alguns anos anteriores:  20202021, 20222023.
(2)  Sim, o Dr. Costa diz "competividade".

19/06/2024

CASE STUDY: Os profissionais portugueses de futebol como um exemplo de excelência (4)

Outros exemplos de excelência: (1), (2), (3)

Jornal Nascer do Sol

Os jogadores da selecção portuguesa no Euro 2024 têm um valor de mercado de 1.055 milhões de euros o que faz da selecção a terceira mais valiosa depois da Inglaterra e da França, avaliadas em 1.234 e 1.515 milhões de euros.

Há dezenas de jogadores e treinadores portugueses em vários países que conquistaram títulos e medalhas, alcançando sucessos num mercado internacional competitivo que não encontram paralelo noutras profissões. Podemos por isso concluir que o chuto na bola é uma ilha de meritocracia num oceano de mediocridade áulica, principalmente por, como escrevi em tempos, ser a única actividade em Portugal em que as famílias, os partidos e as maçonarias não arranjam lugares para os seus filhos, camaradas e irmãos, respectivamente.

18/06/2024

Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa (12)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa» e do «Semanário de Bordo da Nau Catrineta». Outras Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa.

A vitória socialista nas eleições europeias

O Dr. Pedro Nuno celebrou os resultados das eleições europeias em que o PS perdeu um deputado e 546 mil votos em relação às legislativas e teve mais um ponto percentual do que a AD, com um «o PS venceu estas eleições e é hoje a primeira força política em Portugal», ou seja, anunciando com cinco anos de atraso que desde as eleições de 2019 o PS é a «primeira força política em Portugal».

Como além da sua magra vitória, os seus sócios da geringonça perderam no conjunto mais de 150 mil votos em relação às legislativas e mais de 220 mil em relação às europeias de 2019 e se tornou praticamente impossível reconstituir o zingarelho, o Dr. Pedro Nuno teve um surto de realismo e declarou solenemente: «não contem connosco para instabilidade política, mas sim com franqueza. Somos um partido da estabilidade e não deixamos de ser com esta eleição».

Birds of a feather flock together

Continuam a emergir os resultados da “internacionalização” da Santa Casa da Misericórdia. Depois de se saber que um administrador brasileiro da sucursal da Santa Casa no Brasil fez transferências de 10 milhões de reais para uma sua empresa de publicidade, veio a saber-se que uma empresa de jogo comprada no Brasil pela Santa Casa tem uma dívida de 200 mil reais ao Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior organização criminosa do Brasil.

Para o Dr. Centeno, Camões tinha um olho a mais e não precisaria de boca nem de nariz

A semana passada o BdP pôs em circulação uma nova moeda de colecção “Luís de Camões, 1524” em homenagem ao Grande Zarolho.


Choque da realidade com a Boa Nova (1)

Em Novembro de 2021, o governo do Dr. Costa anunciava a Tarifa Social de Internet que iria abranger 780 mil famílias compostas por desgraçadinhos pendurados no Estado sucial ao custo de 6,15 euros por mês. Mais de dois anos depois de ter sido anunciada, a tarifa social de Internet abrangeu apenas 577 casos.

Choque da realidade com a Boa Nova (2)

Já com “Simplex Urbanístico” inventado pelo último governo do Dr. Costa em vigor, no primeiro trimestre o número de fogos familiares licenciados em construções novas registou uma queda homóloga de 20,3%.

17/06/2024

Crónica de um Governo de Passagem (6)

Navegando à bolina
(Continuação de 5)

As eleições deram ao governo de passagem um bilhete até à votação do OE2025

Segundo as declarações dos seus líderes, todos os partidos registaram vitórias. A extrema-esquerda perdeu metade dos votos em relação às europeias de 2019 e festejou os dois deputados. O Livre perdeu ¼ dos votos das legislativas e festejou ter tido mais do dobro dos votos das europeias anteriores. A extrema-direita perdeu 2/3 dos votos que teve nas legislativas de Março e festejou como uma "menos vitória" o 1/3 restante porque não participou das europeias de 2019. 

O PS perdeu mais de meio milhão de votos em relação às legislativas e festejou o ganho de 160 mil em relação às europeias de 2019 e ter tido mais 0,98 pontos percentuais do que a AD. A AD perdeu ainda mais votos do que o PS em relação às legislativas e festejou ter ganho quase 300 mil votos em relação às europeias de 2019. O IL foi único partido que ganhou votos em relação às duas eleições anteriores.

A maioria dos votos de direita, mesmo com a queda abissal do partido unipessoal do Dr. Ventura, e a queda também abissal dos sócios do PS na geringonça tornaram quase impossível a sua ressurreição e sofrearam os ímpetos do Dr. Pedro Nuno de tomada do Palácio de S. Bento pelos seus exércitos. Tudo isto veio mostrar que as notícias da queda do governo a seguir às eleições europeias eram um poucochinho exageradas. Ainda assim, a maioria dos eleitores não acredita que o governo da AD dure mais de um ano.

O Dr. Montenegro primeiro-ministro é menos mau do que o Dr. Montenegro líder do PSD

Já o escrevi este título a semana passada e a sondagem da Intercampus revelou que os inquiridos consideram que este governo é melhor do que o anterior, o que não é um em si mesmo um juízo muito favorável considerando que o último governo do Dr. Costa foi, ainda mais do que os seus anteriores, um fiasco em toda a linha.

No mesmo sentido o barómetro de Junho da Intercampus mostra as intenções de voto da AD à frente do PS e confirmam a queda da extrema-esquerda e da extrema-direita.

A criatura chumba o criador

Para quem não saiba ou não se lembre, a CReSAP é uma entidade que avalia os candidatos a nomeações para cargos públicos. Criada pelo governo de Passos Coelho foi completamente ignorada pelos governos do Dr. Costa com os resultados que se viram de colocação de gente incompetente ou corrupta ou com ambas as características. Gabriela Seara nomeada pelo ministro das Infraestruturas para o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana foi considerada não adequada, chumbo que foi respeitado pelo governo. 

Como se não houvesse amanhã

O governo continuou com o anúncio da chuva de euros. O último anúncio de 130 milhões destina-se a combater a seca no Algarve. A continuar assim, não pode acabar bem.

16/06/2024

Portugal Desventures. O Estado sucial a tentar fazer de cada startup uma CP

Expresso

Com indisfarçado entusiasmo, o semanário de reverência titulava há dias «Capital angariado por 'startups' este ano já superou o de 2023 e mercado suspeita de ‘empurrão’ do Estado». A verdade é que os 198 milhões investidos em startups portuguesas em 2023 são uma gota de água (0,3%) no oceano dos 63 mil milhões investidos nas startups europeias (fonte) e os 284 milhões deste ano comparados com os 14 mil milhões na Europa no 1.º trimestre (fonte) estão em linha com o peso do PIB e não parece haver particular motivo de excitação.

O que deveria suscitar preocupação é o facto das startups, geralmente financiadas pelos venture capitalists privados, no Portugal dos Pequeninos levam um empurrão do Estado a cargo da Portugal Ventures, uma sociedade de capital de risco que faz parte do grupo do Banco Português de Fomento e desde a sua fundação em 2012 registou perdas de 124 milhões nas cerca de 300 startups em que participou.

É precisa uma enorme dose de pensamento mágico para imaginar apparatchiks instalados no aparelho do Estado sucial com o talento necessário e o incentivo indispensável a avaliarem riscos, anteciparem futuros sucessos empresariais e detectarem potenciais unicórnios apostando o dinheiro dos contribuintes. Só pode correr mal.

15/06/2024

Sem os estrangeiros de cá dentro e os de lá fora, o Portugal dos Pequeninos seria inviável (2)

Continuação daqui.

Imaginemos que o nativismo governava o Portugal dos Pequeninos. Se fosse um nativismo autêntico e não daqueles a fingir para caçar votos dos ressabiados, começaria por impedir a entrada de novos imigrantes, expulsaria de seguida todos os imigrantes residentes, incluindo os provenientes dos PALOP, que afinal também não são nativos. Para simplificar, ignoremos uma pequena minoria dos que adquiriram a nacionalidade portuguesa, ilegitimamente segundo nativismo legítimo.

Expresso

Mais de 1/8 da mão de obra total seria evaporada, mais de 4/10 na agricultura e pesca e mais de 3/10 no alojamento e restauração. Note-se que estes dados se referem apenas aos imigrantes com um contrato de trabalho e não incluem os trabalhadores independentes a "recibos verdes" que são centenas de milhar, sobretudo na restauração. A todos estes teríamos de adicionar a maior parte dos 400 mil imigrantes que aguardam resposta da AIMA e não estão incluídos nas estatísticas. 

Expresso

É claro que dessa evaporação resultaria a paralisia de vários sectores, o que talvez não impressione um nativista certificado que dirá que os imigrantes têm empregos desqualificados, o que é verdade - são os empregos que os nativos conseguem criar e não estão disponíveis para ocupar, empregos que impedem que o país se afunde.

De caminho, o nativismo expulsaria também os imigrantes atletas que levariam consigo os recordes e as medalhas em competições internacionais, como, entre outros, Nelson Évora, Francis Obikwelu, Tsanko Arnaudov, Patrícia Mamona, Auriol Dongmo, Arialis Martinez, Bárbara Timo, Rodrigo Lopes, Fu Yu, Pablo Pichardo, Jorge Fonseca, Agate de Sousa, e os sete jogadores da selecção de futebol que não são nativos.

Concluo, outra vez, que se as teses nativistas mais puristas fossem adoptadas à letra a Pátria dos nativistas depurada dos imigrantes ficaria mais próximo da inviabilidade, os nativistas teriam de emigrar e enfrentar a hostilidade dos nativistas dos países para onde emigrassem.

14/06/2024

SERVIÇO PÚBLICO: As sociedades avançadas podem não estar em extinção demográfica como parecem (2)

Continuação de (1

No post anterior citei o estudo The Economics of Fertility: A New Era de Matthias Doepke e outros, de de 2022, onde se concluía que já neste século a taxa de fertilidade aumentou nos países mais desenvolvidos apesar do crescimento da taxa de emprego de emprego feminino. Há certamente várias causas, apesar do estudo explicar o aumento da taxa  de fertilidade como consequência da maior facilidade de compatibilizar emprego e maternidade em resultado de mercados de trabalho flexíveis, homens partilhando os trabalhos domésticos, normas sociais favoráveis e boas políticas de família como creches subsidiadas e licenças parentais.

Um outro estudo posterior (A new era in the economics of fertility) do Centre for Economic Policy Research confirma que a correlação negativa entre riqueza e taxas de fertilidade se alterou e na OCDE existe agora uma correlação positiva entre o PIB per capita e a fecundidade, por um lado, e taxa de emprego de emprego feminino, por outro.

Considerando também os dados sobre a despesa pública em creches e educação pré-escolar e a participação masculina no trabalho doméstico, o estudo concluiu: 
«A clara associação entre países das taxas de fecundidade com medidas de compatibilidade família-carreira mostra que a fecundidade ultrabaixa não é um destino inescapável, mas um reflexo das políticas, instituições e normas predominantes em uma sociedade. Novas pesquisas sobre como essas características determinam as taxas de fertilidade podem ajudar a apontar o caminho para um futuro que evite a trajetória atual de famílias cada vez menores e populações gradualmente decrescentes.»

Sendo certo que a imigração tem um impacto nalguns países significativo, não há evidência de que o aumento das taxas de fecundidade nos países desenvolvidos resulte exclusiva ou principalmente da imigração.

Economist

Veja-se, por exemplo, no mapa acima que países com uma imigração reduzida (como os países bálticos, Finlândia, Irlanda, República Checa, Roménia e Bulgária) têm taxas de fertilidade mais elevadas do que países em que a imigração tem um peso maior (como Espanha e Itália). 

13/06/2024

De boas intenções está o inferno cheio (57) – A religião é a política por outros meios? (XXVI) Francisco arrisca-se a cair nas más graças da esquerdalhada

Outros posts sobre a religião como a política por outros meios.

Já escrevi várias vezes que vejo o papa Francisco como um exemplo da teologia da libertação (ou teologia da submissão ao totalitarismo), doutrina católico-guevarista que proliferou na América Latina nos anos 70. A esquerdalhada deve pensar o mesmo porque frequentemente e com grande hipocrisia lisonjeia Francisco, cita-o e usa-o sem vergonha.  

Foi por isso com alguma surpresa que li ter Francisco usado num encontro à porta fechada a palavra «frociaggine» (poderia ser traduzido como mariconços ou bichas) para se referir aos homossexuais, cuja ideologia «non va bene» (Corriere). 

Mesmo aceitando a versão do Corriere explicando que o papa com «esse termo pretendia definir uma atitude “ostentativa e lobista” que existe em algumas partes do Tibre: o famoso “lobby gay”», a utilização pela segunda vez em pouco tempo da mesma expressão insultuosa para designar uma comunidade que tem servido à esquerdalhada como um ersatz da classe operária dos marxistas clássicos, tem potencial para abalar seriamente, se não acabar, a relação da esquerdalhada com o papa. 

Quanto à relação com os militantes LBGT etc. e o movimento woke, estamos conversados, basta uma pesquisa Google para encontrar milhares de referências na imprensa por todo o mundo a este deslize papal.

12/06/2024

How Working Class Americans Became Second-Class Citizens

Amazon
«Americans are constantly told we are hopelessly divided, and it’s easy to see why many of us could believe it: our politicians relentlessly accuse the other side of undermining democracy and endangering the vulnerable, while our legacy media, which no longer even pretends to be objective, consistently portrays its side’s enemies in the starkest of terms.

People on the right are “racist,” says the left. People on the left are “groomers,” says the right. And so on.

But what if I told you that the people in the political and media classes are the ones who are polarized—in fact, they are the only ones who are so polarized?

This is obvious to most Americans, even—perhaps especially—to those who have neighbors or friends or colleagues who vote differently than they do. Regular Americans know we are more united than divided on the issues that are supposedly tearing us apart.

Democrats portray conservatives as characters out of The Handmaid’s Tale, and Republicans portray liberals as “baby killers.” Yet two-thirds of Americans agree that abortion should be rare and also legal.

Democrats like to tell us that Republicans are gung ho on school shootings, and Republicans are fond of saying Democrats want to steal our guns. Yet 61 percent of us believe that the Second Amendment should stand, but it’s too easy to get a gun. 

Democrats tell us Republicans hate gays and Republicans tell us that Democrats want every child to be queer. Yet average Americans believe that sex is determined at birth and that trans people should be protected from discrimination, though when it comes to sports, trans people should compete on teams that match the sex they were born with. This is how six in ten of us feel. 

The partisan claims of a polarized America ring especially false to working-class Americans. This is because—unlike the college-educated elites who run the country—they don’t identify with the full list of policy proposals produced by either party. 

I spent one year interviewing working-class Americans across the country from every political persuasion for my new book, Second Class: How the Elites Betrayed America’s Working Men and Women, and what I found was a remarkable consensus on the issues.»

Batya Ungar-Sargon (The Free Press)

11/06/2024

Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa (10)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa» e do «Semanário de Bordo da Nau Catrineta». Outras Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa.

Tomando a nuvem por Juno

Comentando os resultados das eleições europeias em que, em relação às eleições legislativas de há 3 meses, o PS perdeu quase o mesmo número de votos que a AD e esta recuperou mais 80% de votos do que o PS, o Dr. Pedro Nuno, postulou do alto da sua pesporrência «a estratégia de um Governo que ignora a oposição foi chumbada nesta eleição», querendo significar que foi chumbada nesta eleição a estratégia do PS de fazer o possível por evitar que o governo da AD governe.

O não é sim. Chega salta em andamento para o calhambeque socialista

A coligação informal PS-Chega depois de ter aprovado o pagamento das portagens nas SCUT por quem não as utiliza e votado o projecto de lei do PS para aumentar para até 800 euros a dedução das rendas no IRS, chumbou por acção (PS) e por abstenção (Chega) as tabelas de IRS propostas pela AD que previam uma maior redução do IRC para a classe média. Tudo por junto, o custo destas reduções era insignificante pela pequenez das reduções e porque o número de contribuintes nesses escalões (7.º e 8.º) representa menos de 9% do total. 

A família socialista é tão grande que pode ser abatida pelo fogo amigo do Dr. Pedro Nuno

O Dr. Pedro Nuno insinuou haver moscambilha e ignorância do governo pela contratação da consultora IQVIA para o plano de emergência de Saúde. Acabou a enfiar a viola no saco depois de constatar que vários governos socialistas de que ele fez parte contrataram a IQVIA e que o Dr. Manuel Delgado, que foi SE do primeiro governo do Dr. Costa e se demitiu por ligações ao caso da Raríssimas, foi também director-geral de uma das empresas do grupo da IQVIA.

O “simplex” do investimento do Dr. Costa é muito energético

Uma das bandeiras dos governos do Dr. Costa foi a sementeira de centros de dados, alguns deles com licenciamentos por si “agilizados”, para não «desperdiçar oportunidades estratégicas» que acrescentam à economia portuguesa florestas de servidores de dados importados com umas dúzias de “cuidadores”, servidores que consomem imensas quantidades de energia produzida por imensos painéis solares importados para armazenar dados da Google, da Microsoft e da Amazon e de outros operadores. Segundo o Expresso o investimento total actual e futuro nestes centros pode ultrapassar 10 mil milhões.

Fundo Transgénero

O Fundo de Resolução do BES ficou com uma participação de 25% no Novobanco que em parte foi transmitida à Direcção-Geral do Tesouro e Finanças. Sabe-se lá porquê, o Fundo de Resolução aplicou 128,4 milhões de euros para adquirir ao fundo Lone Star 4,14% do Novobanco, em vez de amortizar uma parte da dívida de mais de 7,4 mil milhões de euros ao Estado e aos bancos. Em resumo, no Estado sucial também os fundos são transgéneros e podem passar de Resolução para Investimento.

Aprés nous, le déluge

A quem estava atento, a conversa das “contas certas” não enganaria. Decorridos pouco mais de dois meses do PS ter saído do governo, mesmo quem esteve distraído deveria agora perceber que as “contas certas” se esfumaram deixando um défice de quase 2 mil milhões de euros até Abril.

É por esta e por outras que o PS detesta instituições independentes

O economista Francisco Ruano do Conselho de Finanças Públicas estimou em 3,8 mil milhões em 2022 e 5,4 mil milhões em 2023, totalizando 9,3 mil milhões, o impacto da inflação nas contas públicas assim comprometendo a narrativa dos Drs. Costa e Medina que as “contas certas” resultavam da sua boa gestão.

«Pagar a dívida é ideia de criança»

O rácio da dívida subiu de 99,1% do PIB para 100,4% em Março e até Abril a dívida pública líquida subiu para 261,4 mil milhões (BdP), ainda sem as consequências da benemerência do governo AD.

10/06/2024

DIÁRIO DE BORDO: Retirando consequências nacionais dos resultados das eleições europeias


O que podemos concluir do quadro e do gráfico acima?
  • Como já se sabia, as eleições para o parlamento europeu continuam a não suscitar grande interesse nos eleitores, apesar de uma redução importante na abstenção;
  • Por isso, quase todos os partidos registaram perdas significativas de votos em relação às eleições legislativas;
  • As excepções foram o Iniciativa Liberal que ganhou votos e o Chega que foi vítima de uma hecatombe europeia e perdeu 2/3 dos votos;
  • Em termos de eleições europeias, as variações 2024-2019 mostram que houve dois grandes perdedores (BE e CDU) e um grande ganhador (Iniciativa Liberal).
Que significados políticos se podem retirar dos resultados destas eleições?
  • Uma séria derrota para a extrema-esquerda (BE+CDU), mas não uma derrota para o conjunto da esquerda que conseguiu recuperar 24 mil votos em relação a 2019;
  • Uma vitória significativa para a direita que teve clara maioria dos votos e a AD e o IL aumentaram 624 mil votos;
  • Recuperação mais significativa da AD do que do PS, que permitiu à AD não se considerar derrotada e ao PS considerar que os seus mais 40 mil votos lhe deram a vitória; 
  • As perdas do Chega mostram que não é proprietário do seu eleitorado, aparentemente mais motivado por uma rejeição do "sistema" do que por uma adesão ao cozido à portuguesa programático do Dr. Ventura;
  • Estes resultados podem permitir ao governo sobreviver até à apresentação da proposta de OE2025, mas não devem chegar (sem trocadilho) para o conseguir aprovar.

Crónica de um Governo de Passagem (5)

Navegando à bolina
(Continuação de 4)

O Dr. Montenegro primeiro-ministro é menos mau do que o Dr. Montenegro líder do PSD

Como escrevi aqui e aqui, tive imensas dúvidas de que o Dr. Montenegro fosse o líder que o PSD precisava, supondo que o país precisava do PSD (nunca tive dúvidas que o Dr. Rio daria um óptimo adjunto do Dr. Costa). Depois de dois meses de governo, arrisco concluir provisoriamente que como primeiro-ministro está a sair-se melhor do que como líder partidário e não estou sozinho porque a última sondagem da Aximage mostra-o com o único líder com avaliação positiva.

Financiar os mídia?

A acrescentar aos dinheiros públicos com que tem borrifado vários grupos sociais, o Dr. Montenegro admitiu para os mídia «algum financiamento público (porque) aqueles que cumprem serviço público naturalmente que devem esperar do Estado o reconhecimento do serviço que prestam», deixando-me hesitante sobre o que é pior: derramar dinheiro nos mídia ou a sua justificação para o fazer.

Como se não houvesse amanhã

Segundo algumas contas entre as iniciativas do governo e as da oposição o aumento da despesa deste ano já ultrapassa dos 500 milhões e o do próximo ano anda pelos dois mil milhões.

Será prudente o Dr. Montenegro não contar que os seus amanhãs cantarão

É certo que nesta altura os amanhãs do Dr. Montenegro ainda são sobretudo resultantes do ontem do Dr. Costa. Isso retira-lhe as responsabilidades e não as dificuldades que vários sinais anunciam.

Em Abril o défice da balança comercial voltou a registar subidas em cadeia e homóloga. A dívida pública subiu em Abril pelo terceiro mês consecutivo e o saldo dos depósitos em bancos reduziu-se, pelo que a dívida líquida aumentou 4,3 mil milhões de euros, para 261,4 mil milhões de euros. Se ao aumento da dívida acrescentarmos os juros que estão a aumentar em todos os prazos, os amanhãs do Dr. Montenegro não parecem risonhos.

«P'ra a mentira ser segura / e atingir profundidade, / tem de trazer à mistura / qualquer coisa de verdade.»

O verso é do poeta popular António Aleixo e vem a propósito do Dr. Santos Silva acusar o governo de fazer «ocupação partidária do Estado» o que sendo dito por um dos próceres do partido que mais fez ocupação partidária do Estado (os comunistas teriam suplantado e não tiveram tempo) lhe retira a moral, mas não «qualquer coisa de verdade» como se conclui pelas duas dezenas de dirigentes demitidos.

E depois das benesses lá saiu uma reformazita…

… que consistiu em medidas, como a exigência de um contrato de trabalho, para controlar o caos imigratório que os socialistas e os seus acólitos da geringonça criaram.

09/06/2024

Why are business-leaders writing cheques to give nearly unchecked power to a man with whom they wouldn’t sign a condominium contract?

«Would New York be a global financial capital, or even a prosperous city, if markets had no basis for trusting the transactions that happen there? Obviously not.

Businesses and investors rely on a robust legal system—especially courts of law and impartial, fact-based trials by jury—to enforce contracts and punish fraud. That’s why, in the past decade alone, New York City prosecutors have brought thousands of felony charges for falsifying business records. It’s a crime because it strikes at American prosperity.

For American business, the rule of law is essential. It is the soil in which commerce can take root and grow. Without this stable, predictable, rules-based environment, New York, and America, would not have become the hubs of innovation, investment, profit and progress that they are.

Unfortunately, many American business leaders have recently developed a kind of myopia, miscalculating what politics, and which political leaders, will truly support their long-term success. Perhaps this stems from their having lived their entire lives in a stable legal regime that they now take for granted. But a robust, reliable legal system is not a given. It is a necessity we can ill afford to live without. We trade it away at our peril.

Which makes it all the more lamentable that a growing number of America’s corporate and financial leaders are opening their wallets for Donald Trump.

Of course, few of these leaders would do actual business with Mr Trump. Even fewer would trust him to pay his bills. Long before the Electoral College made him president in 2016, Mr Trump was known as a liar and grifter who would browbeat vendors and debtors. More recently, American courts—including two unanimous juries—have found him to have engaged in sexual assault, defamation, fraud (including misuse of charitable funds) and—by a unanimous Colorado Supreme Court—insurrection.

So why are so many of my business-leader peers writing cheques to give nearly unchecked power to a man with whom they wouldn’t sign a condominium contract? There are a few explanations.

08/06/2024

Nunca fui conhecido como admirador do Dr. Salazar, mas acho que o Botas poderia ter dado uma volta na tumba ao ouvir o Dr. Ventura comparar-se-lhe

«"Quando eu era mais novo, a minha avó dizia assim [...] 'isto já só vai lá com dois Salazares'. Era o que ela dizia, é verdade. E hoje eu orgulho-me muito quando as pessoas sabem que, afinal, já não é preciso Salazar nenhum", afirmou, no final de uma arruada pelo centro histórico de Braga.

O líder do Chega contou que "as pessoas passam na rua e dizem assim 'isto só vai lá com o Ventura e se tivermos um Ventura, é como vamos pôr este país na ordem'".»

Fonte
___________

Imagino o Dr. Salazar, com um ar seráfico, a dizer com os seus botões durante a sua volta na tumba «hum, quem sabe talvez ele estivesse à altura de ajudar a Dona Maria a tomar conta das galinhas».

[Este post não é uma tese política sobre o Dr. Ventura, é mais uma anedota sobre a sua megalomania e o seu inchado ego.]  

07/06/2024

Sem os estrangeiros de cá dentro e os de lá fora, o Portugal dos Pequeninos seria inviável

O governo AD aprovou medidas (em particular a exigência de um contrato de trabalho) no sentido de regular os fluxos de entrada de imigrantes que ameaça o caos. Sem surpresa, houve quem achasse que a medida era de menos e quem achasse que a medida era demais.

Entre os que acham que as medidas são insuficientes, os mais exacerbados, que defendem aberta ou encapotadamente o fim da imigração, ou pelo menos a sua limitação drástica, criaturas que em geral se consideram patriotas (em rigor, seriam melhor caracterizados como adeptos do nativismo), deveriam ter em conta que se as suas ideias fossem adoptadas o Portugal dos Pequeninos fecharia. Ora, vejamos.

A população residente estrangeira em Portugal anda pelos 800 mil e adicionada dos que aguardam resposta da AIMA atingirá pelo menos um milhão, a maioria esmagadora em idade activa. Se toda esta gente fosse expulsa, Portugal perderia quase um quinto dos seus activos.

Segundo o BdP, uma em cada cinco empresas em Portugal conta com mão de obra estrangeira, sobretudo no agricultura (40% da mão de obra), turismo (31% da mão de obra), construção e comércio. Se toda esta gente fosse expulsa, a agricultura e o turismo paralisariam e uma fracção significativa das empresas micro e PME dos outros sectores teriam de fechar. 

Se levarmos essas teses até a uma versão pós-moderna do "orgulhosamente sós" e nos lembrarmos que as exportações representam quase metade do PIB e as importações mais de 40%, teremos de concluir que se as teses nativistas fossem adoptadas à letra, a Pátria dos nativistas ficaria reduzida a quase nada e os nativistas teriam de emigrar.

06/06/2024

DIÁRIO DE BORDO: Dia D - O princípio do fim do III Reich e talvez a última vez que os ianques salvaram a Óropa de si própria (republicação)

Há 79 anos as forças aliadas (tradução: americanos e ingleses e alguns canadianos, australianos et al.) desembarcaram em
Omaha Beach para salvar a Europa de si própria (créditos: WSJ)

Há também a versão alternativa da inutilidade e perversidade do Dia D que entre outras coisas prejudicou os portugueses ao parar as tropas soviéticas na Europa Oriental, impedindo a substituição do regime salazarista por uma democracia popular e privando-nos das alegrias do socialismo real.

05/06/2024

DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: Portugueses no topo do mundo (64) - Fazendo Portugal Grande Outra Vez

Outros portugueses no topo do mundo.

Sítio da Marinha

Por alguma vergonhosa e inexplicável razão, só ontem me dei conta da chegada do submarino português NRP Arpão à Gronelândia onde «foi recebido por algumas dezenas de pessoas em Nuuk», feito histórico que já data do dia do quinquagésimo aniversário da libertação do regime fássista e mostra os portugueses «dando novos mundos ao mundo», outra vez.

04/06/2024

Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa (9)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa» e do «Semanário de Bordo da Nau Catrineta».

Alguém me pode explicar porque se está a discutir a aprovação do OE2025 se ainda não se sabe o que será e quem o apresentará?

Por um lado, é o Dr. Marcelo, sempre preocupado com o espalhafato mediático e receando o esgotamento do tema das compensações pela escravatura, que se agita com um apelo à aprovação do OE 2025. Por outro, é o Dr. Pedro Nuno que, em vez de fazer ouvidos moucos a esta patetice, aproveita para falar grosso e avisar que não é «com mais ou menos pressões» que o PS define o voto.

Votam o que chumbaram e chumbam o que votaram

Os grupos parlamentares do PS e do PSD dão exemplos do que os une, votando contra ou propondo medidas que antes propuseram ou rejeitaram, respectivamente.

Um relatório de um gestor socialista é um arquivo e as respostas à tutela são um “paper

O Dr. Fernando Araújo que se demitiu sem explicações da direcção do SNS em vez do relatório sobre a situação do SNS que lhe foi pedido, apresentou uma colecção de 648 páginas com a legislação, contratos e despachos e algumas das respostas que a ministra da tutela lhe havia pedido para responder incluiu-as num “paper” publicado na revista Frontiers.

Os amigos dependem das ocasiões

A Fenprof, o departamento para os professores do PCP, um partido que fez parte da geringonça durante seis anos e apoiou o governo do Dr. Costa e as suas medidas, incluindo o adiamento da recuperação do tempo de serviço dos professores, sem protestar na rua, não aceitou o acordo dos sindicatos com o governo.

A Hidra de SEF, como a de Lerna, tem sete cabeças e nenhuma delas funciona

A AIMA que, acolitada com mais seis instituições, substituiu a SEF, não está à beira do caos, está no caos propriamente dito. O número de processos pendentes aproxima-se do meio milhão, muitos deles há vários anos; todos os meses acrescentam-se 20 mil; os funcionários foge delas como da peste e só 41% dos funcionários aceitaram mover-se para a hidra e, desses, uma centena já pediram a transferência. (fonte)

São todos iguais, uns mais do que outros

O princípio da não discriminação das mulheres, nomeadamente salário igual para trabalho igual parece não ter chegado ainda aos órgãos dirigentes socialistas. Pelo menos é essa a razão que invocou a ex-deputada Dr.ª Joana Sá Pereira para se demitir do Secretariado Nacional do PS. Talvez a discriminação não seja sexual, uma vez que o termo de comparação da Dr.ª Joana era o salário do Dr. Luís Patrão, um bonzo com uma longa carreira no PS e muito próximo das suas cúpulas.

Contas certas

O tão celebrado excedente de 1,2 mil milhões do Dr. Medina evaporou-se e ressurgiu como um défice de quase dois mil milhões de euros até Abril, devido principalmente ao aumento de 15% da despesa.

«A educação é a nossa paixão»

No ano lectivo de 2021-22 as escolas públicas reduziram em 22 mil o número de alunos e as escolas privadas aumentarem cinco mil (fonte DGEEC).

O não, é sim. E é mútuo

Depois da extinção das portagens das SCUTS e do projecto de lei para aumentar a dedução das rendas no IRS, em que o Chega votou as propostas do PS, foi agora a vez do PS apoiar o adiamento da discussão apresentada pelo Chega da proposta do IRS da AD.

03/06/2024

Crónica de um Governo de Passagem (4)

Navegando à bolina
(Continuação de 3)

Como se não houvesse amanhã

Tentando prolongar a vida ou melhorando as hipóteses de sobrevivência em novas eleições, o governo AD lá vai coleccionando medidas cujos impactos na economia são pelo menos questionáveis e só são certos no aumento da despesa.

Umas dezenas de medidas de emergência no SNS, redução do IRS Jovem, isenção do IMT para jovens, reposição do tempo de serviços dos professores, garantia do Estado para a compra de habitação são algumas delas a que a coligação PS-Chega acrescentou a redução do IVA da electricidade e o fim das portagens das SCUTS

A maioria das 54 medidas de emergência para a Saúde tem impactos na despesa pública, nalguns casos significativos, que não estão quantificados: aumento do número de médicos entre os quais 100 psicólogos para os centros de saúde, aumento da remuneração das horas extraordinárias, novos serviços de urgência, etc.

Não é certo que os jovens mudem de ideias

O racional da redução das taxas efectivas do IRS Jovem é que a carga fiscal elevada tem um impacto significativo na decisão de emigração dos jovens profissionais portugueses.
 
mais liberdade

Que essa redução tem impacto isso é indiscutível, que esse impacto seja importante ao ponto de uma fracção significativa desses jovens mudar de ideias é muito discutível. Por várias razões e entre elas o facto de as maiores reduções de IRS são para os jovens com salários mais elevados dos quais só uma pequeníssima minoria conseguiria emprego em Portugal.

Votam o que chumbaram e chumbam o que votaram

Os grupos parlamentares do PS e do PSD dão exemplos do que os une, votando contra ou propondo medidas que antes propuseram ou rejeitaram, respectivamente.

E o que os une estende-se ao tratamento dos boys & girls (respectivos)

Por isso, à actual secretária de Estado Dr.ª Cristina Dias foi atribuída em 2015 uma indemnização de 80 mil euros pela CP para assumir funções como administradora da AMT nomeada pelo governo PSD-CDS e por isso, pelo sim pelo não. o PS só escarafunchou o assunto quando já estava na oposição.

Boa Nova cóltural

Um dos trauma da direita é a acusação que a esquerda lhe faz de que não cuida da Cóltura. O Dr. Montenegro, talvez traumatizado, resolveu assumir o compromisso de aumentar o investimento (?) na cultura em 50%. Não lhe deve servir para nada porque os grupelhos cólturais já têm as suas fidelidades comprometidas.

Valha-nos ao menos isso

O governo da AD revogou o arrendamento forçado e a contribuição extraordinária do Alojamento Local e o limite à duração das licenças duas medidas criadas pelo Dr. Costa e o Dr. Pedro Nuno para fazer feliz comunistas e berloquistas.

Boa Nova. Novo hospital de Lisboa

Aprovado pelo TdC o contrato de PPP para o novo hospital de Lisboa. É mais uma relíquia recuperada do baú dos anúncios PS e PSD que se vem arrastando desde 2003 (ver aqui a estória completa). Oremos para que seja em regime de PPP e que o governo socialista seguinte não desfaça o contrato como fez com os hospitais com mais qualidade e menor custo pela mão da ex-ministra do SNS Dr.ª Temido.

02/06/2024

Mr. Trump is not a bad candidate because he was convicted. He is a bad candidate because he is not morally and ethically fit for the presidency and is a politician with a dangerous transactional vision of politics

«For the first time a former American president has been convicted of a felony—34 felonies, in fact. This historic disgrace should both shock the nation and reassure it about its capacity to achieve justice. That the conviction of Donald Trump will probably accomplish neither result testifies partly to the corrosive power of Mr Trump’s shamelessness and partly to the complex, contestable nature of the charges brought against him.

A jury of Mr Trump’s peers weighed the evidence and unanimously convicted him of breaking election law by covering up payments of hush money to a porn star, Stormy Daniels, who says she had an affair with him. In itself the outcome would seem to vindicate a fundamental American principle, that no citizen is beyond the reach of justice. Yet over the long run this prosecution will probably do more to weaken than affirm the rule of law.

Legal experts have cited numerous avenues for credible appeal, and any appeal will not be resolved until long after the November election. That will make it all the easier for Mr Trump’s supporters to embrace his arguments that he is the victim of a biased judge and jury. This verdict is particularly vulnerable to appeal because of the lack of clear precedent for the charges the Manhattan district attorney, Alvin Bragg, chose to bring.

Falsifying business expenses is a misdemeanour under New York law, but by arguing that that crime was committed in order to commit or conceal another one, Mr Bragg was able to charge Mr Trump with felonies. Prosecutors argued, and Judge Juan Merchan agreed, that jurors did not even have to agree on precisely what other law Mr Trump violated, resulting in a vagueness that is sure to be one of the grounds for appeal. Mr Bragg, a Democrat, was elected to his post after boasting that he was most qualified to prosecute Mr Trump, giving the former president further grist to say he is the victim of political persecution by allies of his opponent, President Joe Biden.

That this verdict is particularly vulnerable to Mr Trump’s claims that the system of justice is being “weaponised” against him may seem a perverse reason to criticise it. No political figure should be able to hold the law hostage, extorting immunity from prosecution in exchange for not degrading the system of justice in the eyes of followers. But prosecutors exercise wide discretion in choosing what cases to bring, for good reason. They are supposed to consider not only the likelihood of conviction but also the seriousness of the crime and the public interest at stake. Mr Bragg’s predecessor, as well as Mr Biden’s Justice Department, considered bringing versions of these charges and elected not to. Compared with the other cases pending against Mr Trump, this one always seemed too much of a stretch to command widespread public legitimacy, and polling in advance of the conviction suggested that even that will not enhance faith that justice is being done.

Further, this prosecution has done more to help than hurt Mr Trump’s chances of winning back the White House, and, as the insurrection of January 6th 2021 ought to have made clear, that is a greater hazard to the rule of law than any fraudulent book-keeping. He was waning as a political force before Mr Bragg charged him in April 2023. The indictment put Mr Trump back in the spotlight, and even his Republican critics, including his opponents for the nomination, fell into line, supporting his claims of victimisation. Mr Trump rebounded among Republicans in the polls and began his march to the nomination. His proud defiance of the prosecution, including his recent rally before thousands of supporters in the South Bronx, has contributed to his image of strength. Mr Biden’s lacklustre campaign has struggled to take advantage of Mr Trump’s legal woes without implicitly lending credence to suspicions that they are political.

When Mr Bragg brought his case, he said he wanted to establish the importance of “true and accurate record-keeping”. At trial, prosecutors argued that the stakes were far higher, saying Mr Trump’s fraudulent record-keeping may have enabled him to “hoodwink voters” and win in 2016. Maybe this conviction, as some polling suggests, will cause independent-minded voters to abandon Mr Trump. If not, then paying hush money to Ms Daniels may now help elect Mr Trump a second time.»

The disgrace of a former American president

01/06/2024

Os motores avariados da convergência económica com a UE

Por falta de tempo para ler com a atenção que é devida, vou tomando nota do que me vai passando pelos olhos e parece mais interessante para lá voltar quando possível. Foi assim, uma vez mais, que fui às minhas notas quando deparei com o gráfico seguinte do Instituto+Liberdade (*) que mostra bem o facto conhecido, que já várias vezes sublinhei, dos sobreviventes do colapso do Império Soviético terem-se aproximado dos PIGS e em particular estarem próximos de ultrapassar o Portugal dos Pequeninos.

mais liberdade

E aí lembrei-me de um artigo (Crescimento e Convergência em Portugal: Experiência Histórica e Políticas a Nível Nacional e Metropolitano) muito interessante de Lúcio Vinhas de Souza (Fellow do Weatherhead Center for International Affairs na Harvard University e Visiting Professor na Brandeis University) e em especial dos dois gráficos seguintes que mostram a evolução de dois dos factores que melhor explicam a evolução medíocre do PIB per capita (um dos indicadores mais adequados para medir a prosperidade económica),

O gráfico da esquerda mostra como os motores de crescimento se alteraram a partir de 1974. Até então, o muito maior crescimento do PIB devia-se em primeiro lugar à melhoria da produtividade (Produtividade Total dos Factores - barras azuis) e em segundo lugar ao investimento (barras amarelas). Depois disso a produtividade pouco aumentou e até diminui nalguns anos e o investimento estagnou ou reduziu-se, de onde o crescimento do PIB foi principalmente assegurado pela quantidade de trabalho, ou seja pelo aumento de mão-de-obra. O Portugal dos Pequeninos passou assim de uma economia em vias de desenvolvimento para uma economia em vias de subdesenvolvimento. O gráfico da direita confirma a redução relativa do investimento e desde o resgate em 2011 a redução do investimento público, que se manteve depois da saída da troika com os governos socialistas do Dr. Costa.     

Como bónus, o artigo que cito tem também gráfico que ilustra a falsidade do mito muito apreciado entre nós de que do aumento do nível de educação decorre necessariamente o desenvolvimento.

(*) Um serviço público prestado por gente liberal que muito aprecio (o serviço, a gente nem tanto) e me poupa o imenso trabalho de andar a catar os dados brutos nas fontes e tratá-los, o que fiz esforçadamente em especial nos anos em que o jornalismo económico era ainda mais medíocre do que hoje.