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14/09/2022

SERVIÇO PÚBLICO: As sociedades avançadas podem não estar em extinção demográfica como parecem

Coincidindo com a entrada maciça das mulheres no mercado de trabalho e a generalização da pílula anticoncepcional, dois fenómenos interrelacionados e o primeiro claramente associado ao crescimento económico (ver o diagrama seguinte), as taxas de fertilidade começaram a baixar dramaticamente.

Women’s History Month: U.S. women’s labor force participation

Porém, um estudo recente (Doepke et alia, The Economics of Fertility: A New Era, Working paper, NBER, April 2022) parece mostrar que neste século essa relação se alterou.

In rich countries, working women and more babies go hand in hand

Nos países mais desenvolvidos tornou-se mais fácil compatibilizar o emprego e a maternidade pelo que a taxa de fertilidade aumentou. Diferentemente, em países como a Itália ou a Espanha, as mulheres continuaram a trabalhar menos e a ter menos filhos.

Segundo o estudo, isso resulta principalmente de: mercados de trabalho flexíveis, homens mais partilhando os trabalhos domésticos, normas sociais favoráveis e boas políticas de família como creches subsidiadas e licenças parentais.

3 comentários:

O Espartano disse...

Há um elefante no meio da sala e fingem que não o estão a ver.
Se “neste século essa relação se alterou”, isso coincide "com a entrada maciça" de imigrantes nos "países mais desenvolvidos", e não das tretas sociais elencadas, que, pelo contrário, fazem com que a idade para ter o primeiro filho (e, por isso mesmo, o único) sejam, tendencialmente, cada vez mais altas, entre os europeus étnicos.
Só dois exemplos: na Inglaterra, o nome mais comum dado aos recém-nascidos é Mohammed; já na Suécia, nas eleições do último domingo, entre os que votaram pela primeira vez, o número de eleitores de origem “externa” superou agora o número dos nascidos no país (e nestes últimos nada atesta a origem dos progenitores).
É por esta razão que isto não “vai lá” com o sufrágio universal.

Anónimo disse...

A "questão" da demografia, natalidade e envelhecimento tem de ser avaliada de acordo com o "problema" da digitalização e robotização da sociedade. Estarei a ver bem??????????????

Anónimo disse...

Deixa ver se a explicação é universal ou encomendada...Em África e Ásia os casais têm mais filhos porque têm "mercados de trabalho flexíveis, homens mais partilhando os trabalhos domésticos, normas sociais favoráveis e boas políticas de família como creches subsidiadas e licenças parentais."
Parece ser um estudo sério.