Um dia destes no programa de humor «Isto É Gozar Com Quem Trabalha» de Ricardo Araújo Pereira vi (a partir do minuto 21:40 deste vídeo) uma dúzia de "sketches" de intervenções no Conselho Nacional do Chega na Batalha para aprovação de uma moção de confiança em que dirigentes e militantes disputaram uma espécie de campeonato de veneração do Dr. Ventura.
Sendo certo que os "sketches" foram certamente escolhidos pelo seu potencial humorístico, ainda assim, mesmo que durante o encontro não tivesse havido mais intervenções desse calibre, elas excederam tudo aquilo que poderia ter imaginado possível em termos de graxismo bacoco.
Resisto, com dificuldade, a traçar analogias fáceis com outras organizações em que o culto do chefe atingiu proporções semelhantes, mas não resisto a concluir que um partido em que estas cenas são, mais que possíveis, vulgares, é um vazio ideológico e programático que vive pendurado em meia dúzia de slogans e se alimenta de ódios e ressentimentos que explicam o seu relativo sucesso eleitoral, sucesso que muito deve também à esquerdalhada do PS ao PCP e BE, incluindo as tribos do politicamente correcto, que, ao fazerem do Chega o seu saco de pancada, o sustentam na esperança de comprometerem e contaminarem a oposição não socialista, reduzindo-a a esse vazio.
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