Uma demissão atrasada e por razões erradas. Um paradigma da governação do Dr. Costa
Depois de ter sabotado o SNS durante quase quatro anos, fechando várias PPPs com desempenhos muito superiores aos dos hospitais de gestão pública, limitando o ministério da Saúde a uma gestão ideológica e incompetente do SNS, incluindo na resposta à pandemia onde a mortalidade por Covid e com Covid bateu recordes e o excesso de mortalidade por outras causas continua elevado, depois do seu mau desempenho, já na altura visível, ter sido celebrado pelo PS no seu congresso de 2019 elevando-a ao estrelato socialista, a Dr.ª Temido demitiu-se/foi demitida pela morte acidental de uma grávida que poderia ter acontecido no SNS melhor gerido do mundo.
Gestão incompetente que não tem justificação na alegada falta de recursos num ministério que gastou 12,4 mil milhões em 2021, um aumento de 22% em relação a 2017, e dispõe de 155,5 mil funcionários, um aumento de mais de 20 mil face aos efectivos que a Dr.ª Temido encontrou, nem tem justificação num país que tem mais médicos por mil habitantes do que a Áustria, a Suécia, a Alemanha e a Dinamarca, por exemplo, e em que o Estado sucial gasta na saúde maiores percentagens do PIB do que vários países da UE e está mais de 2 pontos percentuais acima da média da OCDE.
É claro que o Dr. Costa despachou a Dr.ª Temido não pelo seu mau desempenho, mas para apaziguar a agitação promovida por uma imprensa onde os antigos parceiros da geringonça continuam a ter imensa influência, exactamente o mesmo processo da demissão do seu amigo Dr. Cabrita.
A receita para o PIB subir no presente é ter descido no passado
Com títulos como «INE revê crescimento no segundo trimestre em alta» ou «Economia portuguesa cresce 7,1% no 2.º trimestre», foi muito celebrada a revisão em alta para 7,1% da estimativa rápida, crescimento que resultou apenas da comparação com a queda abissal no 2.º trimestre do ano passado, em resultado da pandemia e que representou uma queda de 0,2%, quando comparado com o trimestre anterior.
Investimento público, a autoestrada mexicana do PS, sempre
Decorridos 7 meses deste ano, apenas 35% do investimento orçamentado foi executado e, comparado com 2021, caiu 33% no SNS, 17,5% na Segurança Social (SS) e 7% na administração local. Uma vez mais, é o esquema da autoestrada mexicana: por exemplo no SNS, orçamenta-se e anuncia-se com grande pompa para 2022 mais do dobro do investimento executado em 2021 e executa-se menos 33% do que ano passado. O expediente das cativações do Dr. Centeno continua também nas despesas correntes e no total, no 1.º semestre mantiveram-se quase 90% das cativações.
No final, poucos se apercebem e, destes, a maioria depende do governo de um ou outro modo e chuta para canto. Este é um dos exemplos de três coisas notórias, mas pouco notadas: (1) como os governos do Dr. Costa ultrapassaram tudo quanto se tinha visto até agora (e já vimos imenso) em aldrabice; (2) o controlo que o PS exerce sobre os mídia e (3) a passividade bovina da esmagadora maioria do eleitorado.
(Continua)
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