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Com indisfarçado entusiasmo, o semanário de reverência titulava há dias «Capital angariado por 'startups' este ano já superou o de 2023 e mercado suspeita de ‘empurrão’ do Estado». A verdade é que os 198 milhões investidos em startups portuguesas em 2023 são uma gota de água (0,3%) no oceano dos 63 mil milhões investidos nas startups europeias (fonte) e os 284 milhões deste ano comparados com os 14 mil milhões na Europa no 1.º trimestre (fonte) estão em linha com o peso do PIB e não parece haver particular motivo de excitação.
O que deveria suscitar preocupação é o facto das startups, geralmente financiadas pelos venture capitalists privados, no Portugal dos Pequeninos levam um empurrão do Estado a cargo da Portugal Ventures, uma sociedade de capital de risco que faz parte do grupo do Banco Português de Fomento e desde a sua fundação em 2012 registou perdas de 124 milhões nas cerca de 300 startups em que participou.
É precisa uma enorme dose de pensamento mágico para imaginar apparatchiks instalados no aparelho do Estado sucial com o talento necessário e o incentivo indispensável a avaliarem riscos, anteciparem futuros sucessos empresariais e detectarem potenciais unicórnios apostando o dinheiro dos contribuintes. Só pode correr mal.
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