Recordemos, uma vez mais, os inúmeros manifestos pela defesa dos centros de decisão nacional, alguns deles assinados por empresários que passado algum tempo venderam a estrangeiros as suas empresas e as inúmeras declarações no mesmo sentido da esquerdalhada em geral. Recordemos também que esta necessidade de vender o país aos retalhos surge pelo endividamento gigantesco de públicos e privados e pela consequente descapitalização da economia portuguesa, consequência de décadas a viver acima das posses.
Desta vez, foi a Greenvolt, uma empresa de energias renováveis nascida da Bioelétrica da Foz, há dois anos liderada por João Manso Neto, o talentoso gestor com aspecto de sem-abrigo, que foi suspenso das suas funções de CEO da EDP Renováveis acusado de corrupção activa.
A semana passado a Greenvolt, actualmente na bolsa com sete accionistas portugueses de referência, entre os quais a Actium, uma participada da Cofina de Paulo Fernandes, foi alvo de uma OPA para 60% lançada pela KKR, uma private equity americana com uma carteira de investimentos de 600 mil milhões de euros equivalentes a 2,3 vezes o PIB português. É assim mais um exemplo de que, por via de regra, as empresas portuguesas se tendem a dividir em dois grupos: os elefantes brancos que permanecem portuguesas e as com viabilidade e sucesso que tendem a ser vendida mais tarde ou mais cedo a estrangeiros.
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