Perante este comentário, um dos participantes do debate recordou que “Lisboa nunca foi russa”, o que valeu um comentário de Solovyov: “É a essa razão pela qual deveria ser”. Quando questionado sobre os motivos que levariam a Rússia a necessitar da anexação de Portugal, o apresentador justificou a sua opinião: “Não precisamos, mas eu gosto de Lisboa.” “Os portugueses viveriam muito bem como parte do império russo”, continuou Solovyov. (Visão)
À primeira vista, a dúvida pode parecer retórica: os portugueses viveriam muito bem como parte do império russo? Há várias razões para a resposta ser positiva. Os portugueses em geral gostam de um Estado que tome conta deles e o Estado putinesco poderia substituir sem dificuldade o Estado sucial até para proporcionar empregos alternativos aos novos situacionistas que hoje se penduram na mesa do orçamento. Certas classes profissionais, como os jornalistas, sentiriam poucas diferenças, era substituir a Lusa pela Tass, a RTP apenas deixaria cair o "P" e ficaria RT (Russia Today). É claro que os portugueses ficariam submetidos a uma ditadura, mas isso não seria problema porque apreciam pouco a liberdade, embora gostem da baderna que muitas almas confundem com a liberdade. Os portugueses são pobres e o Estado sucial é igualmente pobre e dependente de esmolas da Óropa, pelo não teriam dificuldade em substituir o dinheiro de Bruxelas pelo petróleo e o gás russos. Há várias outras razões mas estas seriam suficientes para dar razão a Solovyov. Primeiro estranhar-se-ia, depois entranhar-se-ia.
1 comentário:
Tem graça. Tem piada.
Ao Álvaro Cunhal nunca lhe passou tal pela cabeça quando seria muito mais fácil.
Abraço
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