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04/12/2023

Um líder trabalhista britânico ultrapassa pela direita um líder social-democrata lusitano

Esta tarde Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista britânico, fez um discurso na conferência de economia da Resolution Foundation de que extraí algumas passagem citadas a seguir (tradução automática daqui).

Luís Montenegro, líder do PSD, faria bem em comparar o seu último discurso no congresso com esta intervenção de Keir Starmer.

 «(...) digo a todos vocês, se tivermos o privilégio de ser eleitos no próximo ano. Os diagnósticos charlatães, a busca por distrações e desculpas, tudo isso acaba. Porque o objectivo definidor do próximo governo trabalhista, a missão que está acima de todas as outras, será aumentar o crescimento da produtividade da Grã-Bretanha. Um objetivo que para o meu Partido Trabalhista será uma obsessão. Isso é uma grande mudança para nós. 

Tendo a criação de riqueza como a sua prioridade número um, essa nem sempre foi a zona de conforto do Partido Trabalhista – acreditem em mim! Mas essa é a mudança que eu sabia que era necessária, foi essa a mudança que realizei e o meu partido está unido por trás dela. (...)

Qualquer um que espere que um novo governo trabalhista abra rapidamente as torneiras dos gastos ficará desapontado. A inflação, a dívida e os impostos são agora enormes restrições. Claro – faremos escolhas diferentes. Sobre o regime fiscal para o residente não habitual  – investimento na redução das listas de espera do SNS. Na eliminação dos incentivos fiscais às escolas privadas – investimento no ensino de alta qualidade e na saúde mental dos nossos filhos.

Mas, ao mesmo tempo, seremos implacáveis ​​quando se trata de gastar cada centavo com sabedoria. Dirigi um serviço público – nos maus dias da austeridade. Eu sei o quão difícil pode ser. Mas também sei que é sempre possível encontrar maneiras de melhorar o resultado. Mude a sua prática, o seu comportamento, reforme a sua abordagem. (...)

Existem grandes passos que podemos dar rapidamente para impulsionar o crescimento britânico.

Um – podemos fazer com que a Grã-Bretanha volte a construir. Somos o único país do G7 onde o desenvolvimento territorial per capita diminuiu no último século. O sonho da casa própria – cada vez mais distante. Pessoas trabalhadoras – desembolsando mais de sua renda para persegui-lo. Menos segurança e oportunidade. Portanto, sim, temos de arrasar as leis de planeamento restritivas. Temos de remover os bloqueios que sufocam o lado da oferta da nossa economia. Impedir-nos de construir armazéns, linhas ferroviárias, ligações à rede, parques eólicos, laboratórios e casas que o nosso país precisa.

Dois – podemos apoiar os negócios britânicos. Com estabilidade política e certeza. Com um regime fiscal competitivo – demonstrámos a nossa determinação nessa frente. Uma nova direção de competências. Reforma dos estágios para dar mais flexibilidade às empresas e incentivar o investimento. Faculdades de excelência técnica – especializadas nas competências de alto crescimento e grande escassez de que necessitamos. Mas acima de tudo – com essa nova parceria. Uma estratégia industrial adequada – elaborada com as empresas. E um fundo nacional de riqueza que possa reduzir o risco e atrair grandes investimentos privados. Porque acreditamos que esse é o nosso trabalho. Não despejar o dinheiro dos contribuintes em empresas favorecidas. “Escolher vencedores”. Este não é o velho dogma.

Mas nesta economia global, é negligente não avaliar quais os sectores que podem competir. E ainda mais negligente em não usar o poder do governo para apoiá-los adequadamente. Esta é uma missão crítica. Porque nunca conseguiremos deter o nosso declínio, a menos que nos tornemos uma nação com elevados investimentos.

Finalmente, três – podemos fazer com que o trabalho valha a pena. Agora mesmo. Mesmo diante das amplas evidências de bom trabalho fornecidas por este inquérito. Algumas pessoas ainda consideram a flexibilidade no nosso mercado de trabalho unilateral, que o crescimento não provém de um mercado de trabalho que questiona como podemos tornar os trabalhadores mais produtivos. Mas de reduzir salários, direitos e condições.

Registem as minhas palavras – vamos fazer desse argumento história. E digo isso também para os negócios. Este é um Partido Trabalhista mais empenhado do que nunca em trabalhar com a iniciativa privada. Mas uma parceria deve ter um propósito. E os retornos da iniciativa privada devem ser melhor partilhados. O seu país precisa de maiores investimentos. Seus trabalhadores precisam de um retorno mais justo. E ambos – serão bons para a sua produtividade.»

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