Um marciano que lesse os jornais concluiria que quem perdeu as eleições foi a AD
A esquerda tinha 130 deputados agora reduzidos a 91, a que se poderão somar talvez 1 ou 2 do estrangeiro que ainda faltam apurar. São menos 39 deputados ou menos 43%. Quando o número de eleitores aumentou 14%, o PS perdeu 480 mil votos ou 22% e 40 deputados, caindo de uma maioria absoluta de 117 para 77 apenas dois anos depois. O PCP perdeu 34 mil votos e dois deputados e o BE manteve o número de deputados aumentando 34 mil votos. O Livre que se converteu em centro-esquerda lá escapou ao temporal com quatro deputados e 200 mil votos. A isto os optimistas costumam chamar desastre e os pessimistas catástrofe.
A esquerdalhada já conhece o programa e a composição do governo AD
Ainda não se tem a certeza de quem será o novo governo, muito menos se conhece o seu programa e composição e já o PAN informa o Dr. Marcelo que não aprovará «um programa que põe em causa» os direitos das mulheres, o PCP anuncia, com o peso da sua representatividade agónica, que apresentará uma moção de rejeição, no que foi secundado pela Dr.ª Mortágua (a neta da sua avó) que garantiu que o Berloque de Esquerda não viabilizará o executivo.
O PS é como aquela prostituta velha…
Segundo as conclusões de uma sondagem à boca das urnas, o PS, que continua o partido mais votado entre os reformados, foi apenas o terceiro no escalão etário 18-34 anos com pouco mais votos do que a IL. Muito passado, pouco presente e não se sabe se tem futuro.
A máquina de propaganda do PS continua a girar até ao último suspiro
Três dias antes das eleições o governo publicou um “projecto de portaria” anunciado em vários jornais com títulos fabricados no mesmo local. Exemplo do Público (ou Avante! do grupo Sonae): «Governo decide aumentos de 7,89% para 104 mil trabalhadores do privado» (outro exemplo do Eco).
Não é extraordinário um governo tão amigo dos trabalhadores que anuncia com antecedência que obrigará os seus patrões a aumentá-los vários pontos percentuais acima da inflação, se o governo seguinte aprovar a portaria cujo projecto o governo actual divulgou? É tão mais extraordinário que por trás desta linguagem cabalística está o expediente das chamadas «portarias de extensão» pelo qual, como expliquei a propósito do expediente de 2023, os contratos colectivos negociados pelos sindicatos (controlados pelo PCP) que representam 10% dos trabalhadores têm influenciado 90% dos contratos de trabalho, em empresas e sectores sem condições para pagarem a bitola das maiores empresas e continuarem competitivas. A salva de notícias, que o ano passado foi bem mais vasta. este ano perdeu-se no meio da campanha e dos resultados.
O desaforo do Dr. Costa não conhece limites
As «legislaturas devem-se cumprir» prescreveu o Dr. Costa que tem no seu activo três governos em oito anos e uma demissão a pretexto do seu chefe de gabinete guardar uns dinheiros no armário.
(Continua)
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