Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

13/03/2024

SERVIÇO PÚBLICO: Uma obra de demolição de alguns dos mitos mais populares no Portugal dos Pequeninos (6)

 Continuação de (1), (2), (3), (4) e (5

Outro post sobre os mitos cuja demolição considero mais importante, recordando que os factos que fundamentam a demolição foram amplamente estudados e documentados no livro de Nuno Palma (NP) e nas dezenas de trabalhos de investigação que publicou (cfr o seu Research output).

"As causas ..." já vai na 5.ª edição, no total de 20 mil exemplares o que no Portugal dos Pequeninos parece um número muito significativo e raramente atingido, sobretudo num livro de ensaio.

No post anterior referi o tema da expulsão dos Jesuítas por Pombal, tema que se confirmou tocar no nervo das elites domésticas com as mentes mais infectadas pelo pensamento de esquerda (se é que nos tempos actuais se podem juntar as duas palavras), a quem o estatismo centralista e autocrático de Pombal na educação e no resto fascina.    

O certo é que, como NP amplamente demonstra, na educação em Portugal há um antes e um depois de Pombal. Em 1759 quando Pombal expulsou os jesuítas estes ensinavam cerca de 20 mil estudantes num grau equivalente ao actual secundário. Para se ter um ideia do impacto dos jesuítas, os 20 mil estudantes comparam com os 400 mil do ensino secundário de hoje com uma população residente 3 ou 4 vezes superior e uma escolaridade incomparavelmente mais elevada do que a de então.

O impacto foi tão forte que no período entre 1724 e 1771 a universidade de Coimbra teve uma média anual superior a 2.800 matrículas, contrastando com um período equivalente entre 1772 e 1820, depois da reforma de Pombal, no qual a média anual de inscrições caiu para cerca de um sexto do período anterior.

(Continua)

3 comentários:

Afonso de Portugal disse...

«a média anual de inscrições caiu para cerca de um sexto do período anterior.»

Isto pode ajudar a explicar o atraso, mas está muito longe de explicar tudo. Em particular, não explica o porquê de os alunos portugueses, já depois do 25-A, serem cada vez mais incapazes de perceber o que lêem, sobretudo quando se trata de números, apesar de terem mais habilitações académicas. Por outras palavras, tem havido um retrocesso RECENTE na qualidade do nosso ensino, tal como demonstra o desempenho dos nossos alunos nos testes PISA.

Não sei qual é a intenção do Nuno Palma, mas pôr a tónica do nosso atraso académico-científico na expulsão dos jesuítas é correr o risco de branquear, ainda que de uma forma não-intencional ou involuntária, as políticas de educação absolutamente criminosas que foram implementadas pelos sucessivos (des)governos de Abril, em particular pelo PS.

Não se trata de incompetência, mas sim de estratégia política. Quanto mais analfabruto e miserável for o povo, mais tenderá a invejar quem tem sucesso/riqueza e, concomitantemente, a votar na Esquerda.

Sérgio Gonçalves disse...

Leia o livro, pf
Este é só um dos aspetos mencionados pelo autor do livro

Afonso de Portugal disse...

@Sérgio Gonçalves

Ah, bom, assim já me parece melhor. Seguirei a sua sugestão!