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25/08/2020

De volta ao Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva (35) - Efeitos secundários do confinamento

Este post faz parte da série De volta ao Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva.

Nesta altura já não é possível, a não ser por má-fé, ignorar as consequências das estratégias de resposta à pandemia adoptadas na maioria dos países em consequência de histerismo ou oportunismo dos mídia e dos decisores políticos e em particular dos prosélitos do estatismo. No fim do dia, essas consequências estão a traduzir-se por excessos de mortalidade em relação à média dos últimos anos, excessos de que só numa pequena parte são explicados pela pandemia, sendo a maior parte consequência da falta de resposta da saúde pública inexplicavelmente focada a 100% na pandemia e ainda dos efeitos secundários do confinamento. 

Entre efeitos secundários do confinamento de natureza psicológica, que só nos casos extremos têm como consequência a morte, as depressões são talvez os mais comuns. A este respeito, o Office for National Statistics publicou a semana passada (Coronavirus and depression in adults, Great Britain: June 2020) alguns dados que permitem avaliar a extensão deste problema no caso britânico. Em síntese, relativamente ao mês de Junho:
  • Um em cada cinco adultos experimentaram alguma forma de depressão, o dobro da média antes da pandemia;
  • Um em cada oito adultos desenvolveram sintomas moderado ou severos
  • As mulheres adultas entre os 16 e os 39 anos sem possibilidade de suportar despesas inesperadas foram as mais propensas à depressão
  • Oito em cada dez adultos sentiram stress ou ansiedade associada à depressão
  • Dois em cada cinco adultos que experimentaram alguma forma de depressão disseram que as suas relações foram afectadas o dobro dos adultos sem ou com depressão moderada 
  • Os jovens adultos (16-39 anos) mostraram-se os mais propensos à depressão (ver diagrama)

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