Não é que fosse razoável esperar muito de Boris Johnson, mas, ainda assim, está a falhar mais do que as piores previsões em três frentes críticas. No Brexit perdeu-se o norte e ninguém sabe como e quando vai estar fechado o processo. A resposta à pandemia foi até agora um desastre, com a terceira taxa de óbitos a seguir à Bélgica e à Espanha, apesar de ter uma taxa de infectados inferior à portuguesa. O impacto na economia também foi mais elevado do que qualquer dos países da EU, excepto a Espanha.
Como se não fosse o suficiente, fabricou uma lista de 36 candidatos à câmara dos Lordes que incluiu: um oligarca russo dono de vários jornais na GB e filho de um agente da KGB; um jogador de críquete envelhecido e irascível que apoiava o Brexit; um ex-activista do Partido Comunista Revolucionário e apologista do IRA que também apoiou o Brexit; o próprio irmão do primeiro ministro; e diversos doadores do partido Conservador, e ainda "bag-carriers and hangers-on".
Leva quatro bourbons por não ter esquecido nada e ter aprendido pouco e cinco chateaubriands por confundir agitação com governação e imaginar-se Winston Churchill a comandar a batalha de Inglaterra.
Aditamento a propósito deste simpático comentário:
Sim, mais na Inglaterra do que no resto no Reino Unido, historicamente sabe-se de política. Infelizmente essa política nem sempre é bem servida pelos políticos britânicos e parece-me claríssimo que, se Boris Johnson não é o Winston Churchill que ele pensa ser, também está muito longe de ser a Margaret Thatcher que o Reino Unido precisaria que ele fosse.
1 comentário:
Já vos escrevi que vós não entendeis nada de política. Podeis escrever umas verdades — com graça, diga-se — acerca das politiquices tugas. É tema fácil e todo o tuga apreende o que se mete adentro nos olhos dum cego...
Não sendo político (nem politiqueiro) sei de razão certa que no planeta só há duas agremiações que sabem de política (a arte de bem mentir, segundo alguns desnaturados):
o Reino Unido e a Rússia.
Os EUA têm pouco mais de 300 anos de cowboiadas. Não sabem nada. Margaret Thatcher disse o fundamental, ao presidente Carter, na sua primeira visita oficial aos EUA:
"We are, after all, among the very few countries in the world whose constitutions and national identities have remained intact over two centuries. I hope you won't mind, Mr. President, my recalling that George Washington was a British subject until well after his 40th birthday".
Assim se fala para cultivadores de amendoins...
Abraço de apreço e de estima
Enviar um comentário