Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (19)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias

É possível enganar toda a gente durante algum tempo, é possível enganar todos algum tempo, …

Na última sondagem publicada pelo Expresso, o PS cai 3 pp para 33%, o BE perde 1 pp, os comunistas recuperam 2pp, o Chega sobe para 6% e o resto fica mais ou menos na mesma.

Segundo a análise de Pedro Magalhães, o eleitorado do Chega é mais instruído do que a média e situa-se mais nas zonas urbanas. Bem pode a esquerdalhada atirar-se a André Ventura, ele agradece.

O estado do Estado Sucial administrado pelos socialistas

Desaparecido é um estado comum no Estado Sucial. Ele são as armas de Tancos, ele são os «talhões inteiros de informação que desaparecem», ele são as 112 obras da colecção à guarda da secretaria de Estado de Cultura e, pasme-se, entre estas uma escultura intitulada Escultura de Cristina Iglésias com cimento e ferro com 2,5 metros de altura.

Para os amigos tudo, para os inimigos nada, para os outros cumpra-se a lei

Se por um lado o Dr. Costa ignora e nunca até hoje recebeu o secretário-geral da UGT Carlos Silva por este ter sido apoiante de Seguro, por outro lado propõe uma comenda ao apparatchik da CGTP Arménio Carlos quando este se reforma.

O crescimento é "poucochinho"

Graças às exportações, obra dos "privados" (designação genérica que a esquerdalhada atribui ao que para eles é um resíduo do Estado Sucial), o PIB de 2019 acabou a crescer 2% ou 0,1 pp acima da previsão do governo. Não parece motivo de grande celebração porque 2% em 2019 é o crescimento mais baixo dos 15 países chamados da Coesão, ou seja os que recebem fundos provenientes dos outros 13. E em 2020 e 2021 o 1,7% previsto pela CE continua a ser o mais baixo entre os pobrezinhos. Leia-se a propósito o esclarecedor artigo Porque é que Portugal não cresce e não converge com a UE? de Abel Mateus, onde na figura 2 se pode ver quatro pobrezinhos que já passarem por nós e os dois que irão fazê-lo em breve.

Sarah Carlson da Moody's, disse em entrevista ao Observador que «para um país que está num processo de convergência de rendimentos (per capita) seria de supor que, em circunstâncias normais, a economia estivesse a crescer mais. Como dizia, é um puzzle, é um enigma porque é que Portugal não está a crescer mais». Certamente que ela sabe que não há enigma nenhum, mas ficava-lhe mal dizer que não cresce mais porque não se fazem as reformas necessárias e o país vive para sustentar um Estado insaciável.

Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos

Se o crescimento ainda foi "poucochinho" deve-se às exportações e ao turismo que aumentou 7,3% e 4,1% em número de turistas e dormidas, respectivamente. O que também aumentou 2,7% foram os custos do trabalho, apesar da produtividade continuar a coxear na cauda da EU28.

Nada poucochinho foi o crédito que para a compra de habitação atingiu 10,6 mil milhões, o máximo desde 2009, e o para o consumo chegou a 5,2 mil milhões, o máximo desde 2005. Ainda há quem pense que os portugueses têm carência de auto-estima... Carência têm sim, mas de dinheiro.

Ainda não é o mafarrico, mas já se sente o cheiro das brasas

Os portugueses estão satisfeitos consigo próprios, cada vez mais endividados, não apenas vendendo alegremente os activos que ainda nos sobram, como tudo indica comprando com esse dinheiro activos no estrangeiro. Estes têm aumentado «mostrando que quem vendeu muito provavelmente aplicou o dinheiro fora. Entre o 1º trimestre de 2016 e o 3º trimestre de 2019 os activos sobre o exterior aumentaram €43 mil milhões, isto é, 25% do PIB!» (ler aqui o texto de João Duque).

«Temos resultados, temos contas certas»

O Dr. Centeno bem se empluma com as contas certas, mas o certo é que as cativações e as outras ferramentas de engenharia orçamental acabam a produzir desvios como o de 1,5 mil milhões no saldo global que a UTAO assinalou.

O choque da realidade com a Boa Nova

Recordam-se dos anúncios do programa Ferrovia 2020 que deveria estar concluído em 2023? Não? É natural, o governo também se esqueceu e depois de quatro anos foram concluídos 11%. Isto, apesar de até ao final do ano passado a CE já ter transferido 10,7 mil milhões de euros ou 41% do total dos fundos do Portugal 2020. O Dr. Costa e os seus ajudantes podem ser fraquitos a governar mas são excelentes a anunciar.

«Em defesa do SNS, sempre»

Diz o pessoal do INEM que o equipamento de protecção contra o coronavírus está deficiente. E dizem os "privados" (sempre eles!, e não se podem exterminar?) que não estão disponíveis para fazer os exames complementares de diagnóstico com a redução administrativa de 3% nos preços.

Estranhamente, em vez de prosseguir a saga da expulsão dos "privados" do sacrossanto SNS, o governo resolve lançar um novo concurso para uma PPP para o Hospital de Cascais. Assim não vamos lá, camarada Dr. Costa, deve ter-lhe dito a Dr.ª Catarina que só não pede o divórcio à pala da eutanásia.

A solução dos socialistas para as falhas do socialismo é mais socialismo e mais Estado Sucial

Como pretende o PS, devidamente acolitado pelo resto da esquerdalhada, resolver o problema da habitação criado por políticas de habitação erradas? Pondo em marcha mais políticas erradas. Para disfarçar o falhanço usa-se a propaganda. Se não funcionam nos grandes centros urbanos onde esses problemas são mais agudos os programas de arrendamento acessível - ou melhor os dois programas em concorrência promovidos pelos concorrentes à sucessão do Dr. Costa - noticia-se um concurso de 18 habitações em... Mangualde.

Em Lisboa, o outro concorrente «prometeu 6.000 casas de renda acessível, mas não produziu uma única. Foi ao baú de velharias e até usa os tarecos deixados pelo Dr. Salazar, para nos apresentar um concurso de 120 casas ditas de “rendas acessíveis”, como se tudo isto fosse uma obra inovadora» (Victor Reis)