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13/01/2019

Lost in translation (316) - O berloquês é um dialecto muito difícil

O Estado Sucial português gasta quase metade do valor total dos bens e serviços produzidos no país e apropria-se de 35% desse valor total em impostos e contribuições. Graças às cativações e à contenção do investimento que explicam a degradação dos serviços públicos, o governo prevê no OE de 2019 que as receitas constituídas essencialmente por impostos e contribuições extorquidos às famílias e às empresas superem as despesas em 6 mil milhões - valor que constitui o excedente primário que o governo da geringonça não se tem cansado de propagandear.

Como o Estado Sucial se endividou anos após ano, atingindo a dívida pública actualmente mais de 250 mil milhões, equivalente a quase 6 anos de impostos e contribuições, o governo prevê que serão pagos 8 mil milhões de juros.

Dito de uma forma simples em português corrente, segundo as previsões do governo socialista, o Estado Sucial em 2019 cobrará a Portugal mais 6 mil milhões do que o valor dos serviços que vai prestar aos seus cidadãos o que, ainda assim, não chega para pagar aos credores os 8 mil milhões de juros.

Como pode ser esta realidade, assim descrita em português corrente, ser traduzida para o dialecto berloquês, uma variedade do politiquês usada pelo Berloque de Esquerda? Assim:
«Como a Marisa explica, ‘um segredo bem escondido é que Portugal dá lucro. O excedente primário do OE será de 6 mil milhões de euros mas, devido ao serviço da dívida, mais de 8 mil milhões serão canalizados para o sistema financeiro.»
Catarina Martins, líder da agremiação marxista-leninista-trotskista-maoista, citando no Twitter uma outra luminária berloquista que nos ilustra as meninges com três grandes descobertas: (1) Portugal é o Estado Sucial; (2) lucro é o saldo entre receitas e uma parte das despesas e (3) a propaganda do governo é um segredo bem guardado.

1 comentário:

Unknown disse...

Mas,à grande massa pacóvia nem lhe passa pela cabeça que , além de estar a ser aldrabada , ainda lhe estão a chamar imbecil.
Até um dia ("wishful thinking", mui provavelmente...)