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30/10/2018

Vós, as elites, não percebeis nada de nada

«... as elites artísticas, intelectuais e jornalísticas têm de meter na cabeça de uma vez por todas que a sua influência sobre o povo, na hora do voto, é nula. Que os seus poderes de mediação e de persuasão, na era das redes, evaporaram-se de vez. Que ter escritores, comentadores, historiadores, músicos ou jornais a criar vídeos, e manifestos, e hashtags, e editoriais, e o diabo a quatro, onde do alto da sua imensa sabedoria tentam explicar ao povo brasileiro (como já haviam tentado explicar ao povo americano) em quem ele deve votar, é uma ridícula figura, por uma razão muito simples – aquele voto, o voto de dezenas de milhões de brasileiros e de norte-americanos, também é contra nós.

(...)

Trump e Bolsonaro não são exemplos para ninguém, nem sequer para quem vota neles. Mas servem um propósito – abanar o sistema de alto a baixo. A esquerda gosta tanto de falar de empoderamento, pois aqui está ele: o eleitorado está-se a borrifar para aquilo que as elites lhe mandam fazer. Daí Trump. Daí Bolsonaro. Daí tantas lágrimas à minha volta.»

Nós, as elites, não percebemos nada de nada, João Miguel Tavares no Público

Isso é com as elites em geral. Se falarmos em particular de elites merdosas como a nossa, ainda é mais importante a choldra borrifar-se nelas.

2 comentários:

Ricardo disse...

Essas "elites" são apenas instrumento(fantoches a bem dizer) das reais elites globais que fomentam tudo que seja útil para sabotar as nações soberanas(muitas delas agora soberanas só no nome).Check https://www.youtube.com/watch?v=quo5iuuuGz4&list=PLDG7XJu132lQaLrxZOh3Dc88v4drfIwuj

Anónimo disse...

O JMT já percebeu que o homem comum, hoje em dia, já fez um bypass total às fontes tradicionais de notícias (televisão, jornais, rádio) e se está marimbando para as tomadas de posição das diversas figuras públicas. Talvez não seja verdade em Portugal, mas já é uma realidade em muitos países ocidentais.
O que o JMT ainda não percebeu é o fenómeno Trump e, veremos, o fenómeno Bolsonaro. Continua a olhá-los de cima, a não perceber as suas opções, o seu modus operandi e o apelo que despertam nos eleitores americano e brasileiro. Talvez lá para 2024 já tenha visto a luz...