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12/10/2018

O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (174) - Está para aparecer um bazófias maior

«Está para aparecer o primeiro Governo PSD/CDS que consiga melhores resultados do que nós em matéria de défice orçamental e dívida pública», disse para quem o quis ouvir Pedro Nuno Santos, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, uma espécie de berloquista infiltrado no PS e putativo ex-futuro candidato a sucessor do chefe Costa. Também disse que os partidos de direita «percebem pouco de empresas e de economia» - nisto teríamos de lhe dar parcialmente razão.

O facto de a criatura ter dito o que disse mostra um enorme défice de memória punível com a leitura compulsiva desta série de 10 posts do (Im)pertinências para recordar que um governo do seu partido deixou um défice de 11,2%, que no OE 2010 o ministro Teixeira dos Santos tinha previsto ser de 2,2%. E, se falamos de dívida pública, lembremos que o primeiro-ministro socialista e alegado maior corrupto desde Dona Maria II recebeu em 2005 uma dívida de 62% do PIB e deixou uma dívida de 111,4% no ano em que foi estudar para Paris, antes de ser preso.

Para quem esqueceu, recordo que o bazófias que disse essas baboseiras é o mesmo que, em pleno resgate para o qual o seu partido arrastou o país, regurgitou «estou marimbando-me para os bancos alemães que nos emprestaram dinheiro» e ameaçou vociferante «Ou os senhores se põem finos ou nós não pagamos a dívida». Entretanto, converteu-se à austeridade socialista.

Ele ter dito estas bazófias sem que uma única voz tivesse murmurada a mais tímida correcção é mais uma demonstração do trilema de Žižek.

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