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05/11/2017

Mitos (265) - Diferenças salariais entre homens e mulheres (3)

O tema da desigualdade sexual de salários é mais um tema de recurso para grudar as peças soltas da geringonça, uma vez que tem tudo para ser consensual entre as esquerdas - na verdade também entre as direitas. Quem é que não concorda com o princípio a trabalho igual, salários igual?

Uma vez mais, agora que a geringonça está em risco de se desconjuntar, depois da derrota histórica dos comunistas nas autárquicas que os levou a questionar-se sobre a utilidade de trazerem Costa ao colo, o tema voltou à baila e desta vez sob a forma de uma proposta de lei aprovada pelo governo na quinta-feira passada para apresentar no parlamento, com vista a promover a igualdade salarial de homens e mulheres.

E, no entanto, talvez por tanto consenso, o tema é o lugar geométrico das falácias. Sem me querer repetir, a desigualdade salarial entre sexos para o mesmo trabalho é praticamente inexistente em quase todo o mundo. Está demonstradíssimo que as mulheres recebem o mesmo que os homens quando fazem a mesma coisa durante o mesmo tempo. Aliás, se tivessem salário diferente para o mesmo trabalho será até ilegal na maior parte dos países. O que acontece é que frequentemente não fazem as mesmas coisas e em média trabalham menos horas porque recorrem mais frequentemente ao regime em tempo parcial. Porquê isso? Em muitos casos, resulta simplesmente da divisão tradicional de trabalho nas famílias, em que as mulheres ocupam uma parte significativa do seu tempo em trabalhos domésticos.

Faço um parêntesis para responder por antecipação às feministas que criticam essa divisão tradicional por considerarem inferior o papel das mulheres, recordando que na maioria dos casos o grau de complexidade e de responsabilidade do trabalho que as mulheres fazem em casa é maior do que o trabalho que muitos dos homens fazem nos seus empregos. Que o feminismo militante não consiga ver isso é, a meu ver, uma grande vitória do colonialismo machista que lhes enfiou no bestunto ideias sobre a suposta superioridade das ocupações masculinas desmentidas pela simples observação da realidade.

Já agora, para confundir as mentes esquerdizantes, permito-me chamar a atenção para o facto, cuidadosamente ignorado pelos militantes da igualdade salarial, de «as mulheres empregadas na administração pública portuguesa recebem, em média, salários superiores aos dos homens». E porquê? perguntarão. Ora porque as mulheres «têm melhores qualificações, que exigem, naturalmente, remunerações superiores». (fonte via)

1 comentário:

Anónimo disse...

https://www.prageru.com/courses/political-science/myth-gender-wage-gap

https://www.prageru.com/courses/political-science/there-no-gender-wage-gap

O canal da Prager é muito interessante: talvez por isso, andem a tentar censura-lo de forma activa.