Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

21/11/2024

No, maybe it won't be the end of the world (7)

Continued from (1), (2), (3), (4), (5) e (6

One of the most ambitious measures announced by Mr. Trump is the creation of the Department of Government Efficiency (DOGE) led by Elon Musk and Vivek Ramaswamy to cut $2 trillion from the federal budget, more than the government’s discretionary spending for a year. The cuts may make sense, depending on what exactly is cut, but the fact is that the total federal government workforce is now the same size as it was in the late 1960s. 

Mr. Trump has given the DOGE two years to make the cuts, but even so, total federal government spending is about $7 trillion, and subtracting interest on the public debt and mandatory allocations for pensions and health insurance leaves $1.8 trillion, so cutting $2 trillion over two years would mean cutting more than half of payroll spending. Even for Mr. Trump’s megalomania, this sounds like overkill. 

The most likely scenario, and in line with the threats made by Mr. Trump and his loyalists, is that the cuts, whatever they may be, will be a pretext for removing undesirable people.

Another of Mr. Trump’s measures targets the Justice Department, whose independence he wants to abolish by turning it into a personal law department to selectively prosecute his political enemies, as revenge for the prosecutions he has endured. Federal judges are likely to prevent the worst of these ideas from being carried out, but the appointments that Mr. Trump intends to make will only reduce opposition to these measures. 

Other clean-up actions Mr Trump has talked about include firing “woke” generals - after all he was quoted as having privately said «I need the kind of generals that Hitler had». According to some sources, the «transition team are drawing up a list of military officers to be fired, potentially to include the Joint Chiefs of Staff».

When it comes to monetary policy and the Fed, Mr Trump has made no secret of wanting to have a say. Whatever that means, it will not be good news for the Fed's independence - remember what happened to a similar move by President Nixon in the 1970s when inflation was soaring above 10%.

(To be continued)

20/11/2024

Proposta Modesta Para Evitar que os Áctivistas Desperdicem Acções e Indignações (13) - Áctivistas da igualdade de "géneros" ide manifestar-vos em Bagdade frente do parlamento

Outras propostas modestas

[Em 1729 Jonathan Swift publicou um panfleto satírico com o título longo e insólito A Modest Proposal: For Preventing the Children of Poor People in Ireland from Being a Burden to Their Parents or Country, and for Making Them Beneficial to the Public.]

MSM

E porque não reduzir a idade do consentimento para seis anos, seguindo o exemplo do Profeta que desposou Aisha bint Abdullah bin Abi Quhafah bin Uthman bin Amir bin Kaab bin Qanana com essa idade? (fonte)

DIÁRIO DE BORDO: Simplificando, há dois tipos de portugueses...

... há os portugueses genuínos que acham que o Portugal dos Pequeninos está muito bem assim, por isso não é preciso fazer nada e fazer alguma coisa só estraga; há os portugueses desiludidos que acham que o Portugal dos Pequeninos não está bem nem tem salvação e, portanto, não há nada a fazer e, fazendo-se, é perda de tempo.

Olhando mais em pormenor, parece que há uns portugueses estrangeirados que acham que o Portugal dos Pequeninos não está bem ou podia estar melhor e, para isso, seria preciso fazer coisas que, inevitavelmente já foram feitas no estrangeiro -  por isso eles são estrangeirados - coisas que os portugueses genuínos acham que não são genuínas e que os portugueses desiludidos acham que não são possíveis ou, sendo-o, são inúteis.

Em suma, tudo pode e deve ficar na mesma e os estrangeirados podem ser rotulados de falsos (ou traidores) ou de lunáticos pelos portugueses genuínos e pelos portugueses desiludidos, respectivamente, ou continuar a ser rotulados por ambos de estrangeirados que é a mesma coisa. 

___________

Estes delírios pontuais ocorreram-me por um comentário (de um português desiludido) a um post em que acolhi ideias avulsas (e impossíveis ou inúteis?) de dois estrangeirados.

19/11/2024

Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa (34)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa» e do «Semanário de Bordo da Nau Catrineta». Outras Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa.

A geringonça como multiferramenta e a lei de Murphy

A geringonça que tão bem serviu em 2015 os propósitos do Dr. Costa de governar depois de ter perdido as eleições, pode estar a caminho de ser usada de novo, desta vez na Madeira, onde o Chega que agora se pode adicionar à geringonça apresentou uma moção de censura que sendo aprovada, como é provável, poderá ser seguida de uma coligação anti-PSD que poderá formar governo com a abstenção do Chega. Se assim for, poderemos ter mais um exemplo da lei de Murphy: a coisa nunca está tão mal que não possa piorar.

Num país normal, depois dos encómios do Dr. Pedro Nuno, o Estado como agente económico ficaria definitivamente desacreditado

«Olhamos muitas vezes para o Estado como uma espécie de empecilho no desenvolvimento económico. Nós temos de mudar a forma de como olhamos para o Estado no seu papel de transformação das economias. Os Estados com boas políticas são mesmo uns dos principais instrumentos de transformação de uma economia», disse há dias o Dr. Pedro Nuno que como ministro das Infraestruturas teve um papel na transformação em lixo de mais de três mil milhões na TAP e na compra da sucata com amianto comprada à Renfe, declarando nessa altura que Portugal (isto é, ele próprio) «pode ensinar a outros Estados estrangeiros e também a alguns privados como fazer bons negócios».

Fazer do Banco de Portugal um púlpito promocional do governador é uma tradição do PS. A despedida do Dr. Centeno

Recordando, o Dr. Constâncio, que foi governador do BdP duas vezes em 1985-1986 e 2000-2010, intercaladas com a liderança do PS em 1986-1989, foi um precursor do Dr. Centeno que saiu directamente do ministério das Finanças para o BdP e agora se promove e está a ser promovido a candidato pelo PS a Belém. A mais recente acção de promoção vai exigir o encerramento do BdP para a reunião anual de todos os 1752 apparatchiks do BdP perante os quais o Dr. Centeno fará a sua última aparição antes de terminar o mandato no próximo ano.

Pretender resolver a imigração desregulada com restrições ao alojamento local é …

… é mais estúpido do que pretender resolver o problema da habitação como a mesma ferramenta (ler aqui uma boa explicação).

O balão de hidrogénio do Dr. Galamba estava furado

Nós no (Im)pertinências sempre achámos que o balão de hidrogénio do Dr. Galamba era mais um elefante branco a caminho, o que aliás o mesmo Dr. Galamba reconheceu com um atraso de quatro anos. Uma das empresas que não percebeu a tempo foi a Fusion Fuel SA que pretendia fabricar equipamentos para a produção de hidrogénio verde e está a caminho da insolvência e sem dinheiro para pagar salários, apesar de ter recebido do Estado sucial dezenas de milhões de euros de subsídios.

Contas certas

Se os actuais ministros da Justiça e da Defesa não estiverem a contar estórias da carochinha, os seus antecessores gastaram 20 milhões do fundo de modernização para pagar salários e investiram menos 300 milhões na Defesa do que comunicaram à NATO, respectivamente.

«Em defesa do SNS, sempre» / «O SNS é um tesouro»

mais liberdade

O Dr. Pedro Nuno responsabilizou o governo pela crise do INEM, crise que, como disse o seu correligionário Eng. Guterres a respeito do conflito palestiniano, «não nasceu do vácuo», como o diagrama mostra.

«Empresa Financeiramente Apoiada Continuamente (pelo) Estado Central»

O Dr. Costa, o Dr. Caldeira Cabral, o Dr. Siza Vieira e o Dr. Costa e Silva fabricaram o desastre da nacionalização da EFACEC que na última contagem o total de perdas poderá chegar aos 564 milhões. Nem tudo se perdeu. Um dos fundadores da EFACEC , António Ricca, comprou a subsidiária falida EFACEC - Bombas e Ventiladores e vai agora abrir uma fábrica de transformadores na Póvoa do Varzim que será concorrente da EFACEC.

Take Another Plan. Hamsters tomam de assalto um voo da TAP

Durante cinco dias um avião da TAP ficou retido no aeroporto da Ponta Delgada devido à fuga de 100 hamsters, à solta no porão. Com algum esforçou percebe-se os cem hamsters. A explicação para os cinco dias só pode ser falta de pessoal.

18/11/2024

Crónica de um Governo de Passagem (27)

Outras Crónicas do Governo de Passagem

Navegando à bolina
A doença crónica do SNS “não surgiu do vácuo

É claro que o governo AD, o ministro e os restantes dirigentes actuais têm algumas culpas no cartório pela ineficácia do INEM e de várias outras coisas. Porém, se o essencial da coisa residisse aí, como inúmeros analistas e a comentadoria situacionista nos tentam fazer acreditar, seria fácil de resolver e não é porque são problemas crónicos que se tornaram mais evidentes com a redução das 40 para 35 horas que o Dr. Costa, o Dr. Centeno e o Dr. Marcelo nos garantiram que não teria impacto orçamental. A partir daí foi lançado dinheiro para cima dos problemas e a despesa com o SNS aumentou 60% desde 2015 sem consequências visíveis na melhoria do funcionamento.

Retirar a publicidade da RTP? Não seria melhor retirar o governo da RTP?

Confesso não ter ainda percebido o sentido desta medida anunciada pelo governo e ainda menos ter percebido a oposição da oposição a uma medida que, segundo o credo da esquerdalhada, poria a RTP ao abrigo da influência dos “privados”.

Boa Nova

O Dr. Montenegro anunciou na Web Summit – ou “Exponoivos para start-ups” - o lançamento de «um LLM português - Large Language Model - para inovarmos em português, preservando o nosso idioma e utilizando a nossa cultura ao serviço da inovação», empreendimento que mereceu dúvidas relevantes ao outro contribuinte, que também me inquietam.

Bons conselhos

A presidente do Conselho das Finanças Públicas perante o aumento de 10% da despesa pública lembrou ao governo, durante discussão na especialidade do OE2025, que «o país não suportaria termos taxas de crescimento de despesa anuais na casa dos dois dígitos». O Dr. Montenegro terá tido vontade de responder «ai aguenta, aguenta» mas teve uma epifania e ficou calado.

17/11/2024

No, maybe it won't be the end of the world (6)

Continued from (1), (2), (3), (4) and (5

Back to the massive deportation of illegal immigrants (“unauthorized population”) that, according to Mr. Trump are 15 to 20 million and according to the Migration Policy Institute are 11,047,000. If the 11 million were deported like Mr. Trump assured, we could imagine that the majority are criminals, drug dealers or drug addicts or dog eaters, but for the MPI 6,829,000 (65%) of the 10,434,000 people over 16 years old are employed in the following activities:

Migration Policy Institute 

Estimates by the Peterson Institute for International Economics for the effects of deporting 8 million immigrants are a reduction in US GDP by 2028 by 7%. What would be the impact on the economy if, for example, 1.4 million or 18% of a total of 7.9 million construction workers were deported? Huge, I would say. 

And how would the Trump administration get the cooperation of the Mexican government for this massive deportation that would directly affect several million Mexicans? Perhaps reactivating the previously made threat to bomb gangs in Mexico to stop fentanyl production.

(To be continued)

16/11/2024

M'espanto e às vezes não m'avergonho

«Diretora do Centro Nacional de Pensões demitiu-se. Decisão foi publicada em Diário da República e segue-se às demissões da presidente e da vice-presidente do Instituto da Segurança Social e da substituição do vogal. Susana Rosa sai do cargo, a seu pedido, um dia antes de um afastamento por iniciativa do Governo implicar o pagamento de uma indemnização.» (negócios)

Não tenho lembrança de algum apparatchik estatal ter renunciado a um cargo sabendo que iria ser demitido no dia seguinte, libertando assim o Estado sucial de pagar uma indemnização correspondente à diferença de salários entre o da comissão de serviço e do seu cargo anterior, neste caso por um período de três anos.   

Por curiosidade foi ver o currículo de Susana Rosa no LinkedIn e constatei que fez um mestrado em administração pública na universidade Webster em Phoenix e voltou agora para Técnica Superior da DGSS- Direção de Serviços de Negociação e Coordenação da Aplicação dos Instrumentos Internacionais, quase certamente com um salário muito inferior ao directora do Centro Nacional de Pensões em comissão de serviço.

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O título deste post é uma espécie de emenda pior do que o soneto «Quando Eu, Senhora, em Vós os Olhos Ponho» de Sá de Miranda.

SERVIÇO PÚBLICO: Ideias para o Portugal deixar de ser Pequenino

Pedro Santa Clara Gomes e Nuno Palma, professores da Universidade Nova e  da Universidade de Manchester, respectivamente, publicaram há duas semanas «Um desafio ao governo a propósito do Nobel de Economia» (*) com várias propostas de reforma do Estado sucial de onde extraio com o propósito de espevitar as meninges os seguintes excertos:     

«A primeira coisa a fazer é medir o valor dos serviços que estamos a obter com os nossos impostos.  Em vez de simplesmente alocar dinheiro a agências e ministérios para “cumprirem a sua função”, devemos estabelecer um contrato-programa com os resultados que pretendemos obter.  Estes resultados não devem depender de quantas pessoas o Estado consegue tratar ou alojar, mas sim de medidas concretas com uma avaliação de impacto que demonstre como a saúde da população vai aumentar ou o número de pessoas sem casa será reduzido.  (...)

Uma segunda área fundamental é a prestação de contas.  Cada ministro deve apresentar um relatório e as contas anuais do seu ministério. Um relatório que explique o que faz, quanto custa e que justifique porque é que as suas funções são mais eficientemente cumpridas no sector público, em vez de ser contratadas a entidades privadas. Que inclua a atividade do ministério e de todas as entidades que tutela.  (...)

 Uma terceira área fundamental é o levantamento e a valorização dos ativos públicos – o levantamento dos passivos, pós-troika, já é bastante bem feito, com a exceção do buraco da segurança social. O governo tem o dever fiduciário perante os cidadãos de cuidar da gestão destes ativos que nos pertencem a todos.  Poderemos ter finalmente um levantamento de todos os imóveis públicos e uma justificação de que estão a ter o melhor uso que lhes pode ser dado? Cada edifício público a degradar-se abandonado representa uma falta de responsabilidade perante a sociedade.

A qualidade dos serviços públicos deve ser sistematicamente avaliada e os resultados tornados públicos: os tempos de espera, a satisfação dos utentes, as comparações de qualidade e de custo ao longo do tempo, também internacionalmente. (...)

Outra área em que a qualidade do governo pode ser muito melhorada é o licenciamento e a regulação.  Cada obrigação de licenciamento ou de regulação deve ser justificado para assegurar que cria mais benefícios do que custos.  (...)

Têm de existir regras claras e com aplicação efetiva, que limitem os conflitos de interesse, como as portas giratórias, entre a política, o jornalismo e o poder judicial. Deve existir uma promessa firme e consequente de acabar com as nomeações políticas. Da mesma forma, devem ser aplicados critérios de mérito para as contratações e a progressão na carreira à gestão de recursos humanos em todas as entidades públicas. (...)

A Autoridade da Concorrência e o Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão não estão a desempenhar o seu papel, já que vários estudos demonstram que os níveis de concorrência da economia portuguesa são comparativamente baixos. Sendo impossível reformar os reguladores supostamente independentes, mas na verdade capturados, devem ser extintos e devemos regressar ao modelo das Direções-Gerais: é mais barato e, dessa forma, a responsabilização política é clara.»

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(*) Se parecer estranho a relação entre o último prémio Nobel da Economia e os padecimentos do Portugal dos Pequeninos pode ler-se uma possível explicação no post Os estudos de Acemoglu, Johnson e Robinson não são sobre a desigualdade das nações. São sobre o fracasso de algumas nações.

15/11/2024

DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: Web Summit - as 200 mil dormidas já ninguém nos tira (11) - Talvez chegue para pagar o LLM português

Uma sequela de (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9) e (10)

Desde 2016 pela mão do Dr. Costa primeiro e, depois, do Dr. Medina, e actualmente do Dr. Moedas, a Web Summit da iniciativa do Paddy em Dublin de 2009 a 2015 foi movida para Lisboa graças a um generoso subsídio de 11 milhões por ano, reduzido mais tarde para 7 milhões, que a câmara de Lisboa paga ao Paddy (a que acrescem a venda de entradas e o trabalho voluntário) para os alfacinhas terem o privilégio de receber umas dezenas de milhares de participantes estrangeiros.

A fantasia das startups está cada vez mais distante. Apesar de tudo, este ano disse a organização ainda estiveram umas 3 mil de 90 países. Segundo um estudo da Crunchbase as startups que cá vêm captam, em média, 5,5 milhões de dólares de novos investimentos por ano o que são peanuts neste negócio e são a consequência do pouco interesse que os investidores e venture capitalists manifestam por esta «Exponoivos para startups» como lhe chamou o fundador da Remote. Esse pouco interesse reflecte-se na queda de 3 lugares de Portugal no ranking da “Global Startup Ecosystem Index 2024”, da StartupBlink e na felicidade com que 400 startups brasileiras declaram esperar pelo menos 22 milhões de dólares em investimentos, o que seria até um montante modesto para meia dúzia. 

Para fechar o capítulo das fantasias e do pensamento milagroso, evoco o Dr. Luís Montenegro, primeiro-ministro em exercício do Portugal dos Pequeninos, que foi à Web Summit anunciar urbi et orbi o lançamento de «um LLM português - Large Language Model - para inovarmos em português, preservando o nosso idioma e utilizando a nossa cultura ao serviço da inovação». Esquecendo o facto que dada a língua portuguesa e dados os exemplos citados (um "tutor educativo" e "acesso aos serviços da administração pública de forma mais simples»), possivelmente não estamos a falar de um LLM, dos quais em todo o caso já existem por aí umas cinco dezenas, mas de um ou vários domain-specific models dos quais já existem milhares, permito-me manter dúvidas sobre se algum dia veremos tal modelo.

Dúvidas que, para ser curto, se fundam no investimento necessário que para um mid-scale LLM  pode atingir 50 milhões e para um Large-Scale LLM pode ir até mil milhões e no seu desenvolvimento sair da iniciativa de quatro instituições públicas, a saber Faculdade de Ciências e Tecnologia da Nova e Instituto Superior Técnico em articulação com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia e o Centro para a IA Responsável (sublinho a palavra-chave "articulação"). 

Contudo, não me interpretem mal imaginando que considero a Web Summit uma inutilidade. Longe disso, considero uma excelente iniciativa para promover o turismo alfacinha, o que já é não nada mau, dada a carência de grana para pagar as importações de bens de consumo duradouro e popós e a partir de  agora um LLM português.
_____________________
Post scriptum:
Já depois de ter escrito este post, tomei conhecimento que afinal o LLM português previsto para estar pronto no primeiro trimestre de 2025 «parte de uma base em open source já existente, o Tower LLM, da Unbabel». A Unbabel foi uma startup portuguesa e é hoje uma empresa madura dedicada à tradução sobre a qual escrevi em 2015. Estranhamento nunca excitou os mídia portugueses, sempre muito dados ao wishful thinking. O investimento previsto é de 20 a 30 milhões e aplicando o coeficiente nacional de derrapagem a coisa vai parar a uns 7 ou 8 anos de royalties pagos pelo Paddy. Ou seja, estamos perante não de um desenvolvimento de raiz mas de uma adaptação de um modelo existente, adaptação que com as competências da Unbabel pode ser que algum dia fique concluída.

14/11/2024

No, maybe it won't be the end of the world (5)

Continued from (1), (2), (3) and (4)

If Mr. If Trump adopted even partially the 900 pages of the "Mandate for the Leadership - The Conservative Promise", short name "Project 2025", prepared by the Heritage Foundation, we would have a coherent program in contrast to the bombastic and erratic statements that are common in Mr. Trump's political thought, supposing we could call that a thought.

The problem with what as I've already written about is that many of Project 2025's ideas are not popular, such as closing Medicare and Medicaid, banning pornography, imposing federal restrictions on abortion, repealing child labor protections, and authorizing the president to fire dozens of thousands of career federal employees and replace them with politically trusted appointees.

Let's look at some of Mr. Trump's grandest ideas. The massive deportation of illegal immigrants, whose number is estimated at 10 to 12 million and Mr. Trump inflates it to 15 to 20 million, is something that would take years and would require armies of civil servants and police officers and the collaboration of several governments, starting with Mexico because the majority of illegal immigrants are Mexicans. If mass deportation were to succeed, which is very problematic, the American economy would suddenly be devoid of essential labor.

If at the same time Mr. If Trump were to increase tariffs of the magnitude he announced, which he talks about as if they were to be borne by other countries and not by American consumers, the declines in domestic production could not be completely covered by imports without inflation, an inflation that precisely at the beginning of Mr. Biden's term in office has seriously damaged his popularity. JPMorgan Chase has estimated that a tariff increase half the size of what Trump is proposing would shave a third to a half percentage point off GDP growth in its first year and increase inflation by 1.5 to 2 percentage points.

All of this, assuming of course that a president who has the power to raise tariffs for reasons of national security or in response to the anti-competitive practices of others, could discretionarily increase them by 60% in the case of China and 20% in general without having to face dozens of lawsuits in court. In any case, retaliatory actions by the targeted countries would not fail to occur and damage American exports. Perhaps I should now remember that these policies were widely practiced between the two world wars and remember their results.

(To be continued)

13/11/2024

DIÁRIO DE BORDO: Clowning for a cause (4) - Desta vez uma causa justa - desancar a estupidez

Já por diversas vezes zurzi o que baptizei de humor de causas, um humor praticado frequentemente por Ricardo Araújo Pereira, em que o humor tem pouca graça e está ao serviço de uma agenda mal disfarçada.

Desta vez a paródia «Bem unidos façamos ó-ó» não só tem graça como desanca a estupidez de um exemplo bovino de wokeism de algumas universidades americanas para proteger do impacto trumpista as tenras meninges dos patetas que lá estão inscritos. Desta vez, RAP tem graça e não disfarça a agenda - é uma causa justa e por isso lhe relevo o humor de causas.

«Em 1957, nove alunos negros inscreveram-se na escola secundária de Little Rock, no Arkansas. Eram, como é evidente, menores de idade. O governador do Estado não aceitou o fim da segregação racial nas escolas e impediu a entrada dos estudantes. Por isso, o Presidente dos Estados Unidos mandou a tropa. Protegidos pelos militares, os nove alunos negros, que ficaram conhecidos pelos Little Rock Nine, entraram na escola, embora sob insultos e agressões dos segregacionistas. Melba Pattillo Beals, que pertencia a esse grupo, relatou a experiência no seu livro “Warriors Don’t Cry” (“Os Guerreiros Não Choram”). O primeiro capítulo começa assim: “Em 1957, enquanto a maioria das raparigas adolescentes ouvia ‘Peggy Sue’ de Buddy Holly, (...) eu estava a escapar da corda de enforcamento de um grupo de linchadores, a desviar-me de barras de dinamite acesas e a lavar ácido corrosivo que me tinham atirado para os olhos.”

No dia 9 de Outubro de 2012, Malala Yousafzai decidiu ir à escola, no Paquistão. Era, como é evidente, menor de idade. Os líderes do movimento talibã, que tinham decretado o fim da educação feminina, decidiram, por unanimidade, matá-la. Por isso, nesse dia, depois de sair da escola, no caminho de regresso a casa, Malala levou um tiro na cabeça.

No dia 6 de Novembro de 2024, alguns estudantes universitários decidiram não ir à escola. Eram, como é evidente, adultos. Algumas universidades, como Harvard e a universidade da Pensilvânia, cancelaram aulas, para que os alunos pudessem lidar emocionalmente com a vitória eleitoral de Donald Trump, no dia anterior. Na Universidade de Georgetown foi disponibilizada aos alunos da McCourt School of Public Policy uma “Self-Care Suite”, ou seja, uma sala de autocuidado, que oferecia actividades como brincar com Legos, pintar livros de colorir com lápis de cera e comer bolachinhas com leite.

As pessoas que lutam contra a opressão sempre me repeliram. Lutar aleija. Requer sacrifícios, o que é desagradável. Quando quem luta é um menor de idade que se comporta como um adulto, a minha vergonha é maior, porque sempre fui um adulto que se comporta como um menor de idade. É, por isso, um alívio verificar que, finalmente, vivo num mundo à minha medida. Percebo que vêm aí tempos difíceis e já me pus numa posição de luta — também conhecida como posição fetal. Vou buscar o meu ursinho e preparar-me para quatro anos de intenso combate.»

12/11/2024

Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa (33)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa» e do «Semanário de Bordo da Nau Catrineta». Outras Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa.

O PS tinha um fascista no sótão que foi detectado por uma antifascista com um detector certificado pelo Dr. Costa que aproveitou a oportunidade para cobrar dívidas antigas do Dr. Pedro Nuno

O Dr. Ricardo Leão, presidente da câmara de Loures e da FAUL do PS, possivelmente receando fuga de votos para o Chega, declarou que os inquilinos de habitações municipais que participarem em distúrbios deveriam ser despejados, declaração que incendiou o Berloque de Esquerda que há no PS, a começar pela Pasionaria Dr.ª Alexandra Leitão que prontamente se demitiu de vice da FAUL De seguida, o Dr. Pedro Nuno, debatendo-se entre os seus instintos esquerdistas e a necessidade aparelhística de não hostilizar os autarcas socialistas prontamente alinhados com o Dr. Leão, cedeu à necessidade e botou água na fervura minimizando a declaração do Dr. Leão. Até aqui just socialist business as usual.

Porém, a coisa tomou proporções sísmicas quando o Dr. Costa do seu remanso em Bruxelas aproveitou para zurzir o Dr. Leão com uma peça no Público (peça devidamente saudada pelos costistas fiéis) e apontar o «calculismo tacticista» do seu sucessor, sucessor que reagiu indignado, negando ser tacticista, com razão, reconheça-se.

Bastaram seis meses fora do poder para o PS se transformar num saco de gatos (continuação)

Além do fascista encontrado no sótão que acaba num confronto de chefes socialistas, o possível voto do PS-Madeira na moção de censura que o Chega vai propor na Assembleia do RAM, põe de candeias às avessas o Dr. Cafôfo, o Gauleiter madeirense, e o Dr. Pedro Nuno.

«A educação é a nossa paixão»

Contas feitas todos os anos em média faltam todos os dias 11 mil professores, ou seja, uma taxa de abstenção superior a 8% , e ficam por dar dois milhões de aulas.

«Em defesa do SNS, sempre» / «O SNS é um tesouro»

Mais do que maquiavelismo, é a habitual mistura de superficialidade, ignorância e inconsciência que leva o Dr. Pedro Nuno a responsabilizar o Dr. Montenegro pelos problemas do INEM que foram sendo fabricados durante os oito anos em que o Dr. Pedro Nuno andou pelos governos no Dr. Costa.

O que acontece quando um governo socialista se propõe colmatar as falhas de mercado

As Sociedades de Investimento e Gestão Imobiliária (SIGI) foram criadas pelo Dr. Siza Vieira em Setembro de 2018 para «colmatar uma falha de mercado», dinamizando e atraindo investimento para o mercado de arrendamento. Foram precisos três anos para ser criada a primeira SIGI pela Sonae Sierra associada ao Bankinter. Seis anos depois das três SIGI existentes e cotadas na Bolsa, duas delas não tiveram transaccionada nenhuma acção e da terceira (Olimpo Real Estate) na bolsa desde 2020 só foram transaccionadas 43 mil acções.

11/11/2024

Crónica de um Governo de Passagem (26)

Outras Crónicas do Governo de Passagem

Navegando à bolina
Começam a ser visíveis sinais do governo a deslaçar

A ministra da Administração Interna disse que se pode negociar o direito à greve das polícias o que, sendo uma matéria crítica num Estado de Direito, é muito mais do que uma mera distração da ministra. A ministra da Saúde distraiu-se com a greve do INEM da qual resultaram sete mortes de vidas por demora no atendimento.

A educação também é uma paixão para a AD? Sempre a falta de pessoal

No seu primeiro ano de governo o Dr. Costa anunciou que até 2020 todas as crianças teriam acesso ao ensino-pré-escolar. Quatro anos depois de findo o prazo que ele próprio fixou, o número de crianças matriculadas era praticamente o mesmo de 2016 e havia milhares de crianças sem vaga. Oito meses depois do o governo AD tomar posse, faltam 800 salas no ensino pré-escolar e há 12 mil crianças à espera de lugar. O Dr. Montenegro tem algumas desculpas que de nada lhe valerão porque para as redacções infectadas de esquerdalhos oito anos foi pouco tempo e oito meses é demasiado.

Os portugueses «vão ter razões para confiar no SNS»

Disse o Dr. Montenegro, mas até agora os portugueses ainda não tiveram razões para confiar porque não sendo razoável esperar que os problemas que se foram agravando durante oito anos e três governos socialistas fossem resolvidos em oito meses, era razoável esperar que não se continuassem a agravar, como está a ser o caso do INEM cujos tempos de resposta são o dobro dos recomendados, por várias razões que vão desde viaturas paradas mais de 6 mil horas este ano até às consequências da greve deste mês de que a ministra não se deu conta.

Nem todas as notícias são más, mas várias das boas não se devem ao Dr. Montenegro

Uma das consideradas boas é que vão chegar no próximo ano mais 10 mil milhões de euros da caridade de Bruxelas (PRR, Portugal 2030 e PAC). Numa outra perspectiva – a de que os fundos europeus são como o petróleo para os países do Terceiro Mundo que agora se chamam de países em Desenvolvimento – esta notícia não seria boa porque vai prolongar a dependência e o alibi para não fazer o que deveria ser feito.

Entre os donativos e o turismo, lá se vão conseguindo umas sobras para reduzir a dívida pública que voltou a descer no segundo trimestre para 97,4% do PIB.

10/11/2024

No, maybe it won't be the end of the world (4)

Continued from (1), (2) and (3)

On Friday, when many votes still needed to be counted, I wrote that to the overwhelming defeat of the Democratic Party we will have to add the embarrassing fact that Kamala Harris had 13 million fewer votes than Joe Biden in 2020. On the other hand, Donald Trump had approximately the same votes as in 2020. Now with 94% of electoral college votes counted, Harris has 71.2 million votes, 10 million less than Biden in 2020, and Trump 75.2, a million more than in 2020. Defeat now appears less overwhelming and the fact less embarrassing.

The following chart is a standardized aggregation removing undecided voters made by Europe Elects from voting intention polls in 32 European countries that were collected during the month of October.

Europe Elects

If we divide the 32 countries into two equal groups, half with an intention to vote for Donald Trump less than 30% and the remainder, we find in the first group all countries with democratic regimes and tolerant societies and in the second we find non-democratic regimes, flawed democracies and only a few democratic countries.

This does not mean that Trump supporters appreciate dictatorships, it just means that the man's ideas and above all his style are more attractive to people who do not feel any serious threat to freedom or do not value freedom very much and feel insecure and threatened. Apparently many of them are people influenced by negative partisanship and identify themselves primarily with those they think share the same enemies and fight against the same ideas.

In the next post I will comment on the main policies and measures announced by Trump during the election campaign and their likely consequences.

(To be continued)

09/11/2024

No, maybe it won't be the end of the world (3)

Continued from (1) and (2)

How can we explain that this time the difference between projections and results was even greater than usual without using the usual conspiracy theories that Trumpists are so fond of?

RealClearPolitics Poll Average

If, as is reasonable to admit, most of the projections are prepared by reliable entities and are not intentionally manipulated, the huge difference in the final results could arise, in my opinion, in addition to the usual and known difficulties, from a part of the “shy” Trump voters who for some reason do not reveal their voting intention.

The Economist

The second chart shows larger deviations precisely in the most “Trumpist” states.

Another issue that is little highlighted and which contradicts the extreme radicalization of the electorate is the high level of non-participation. In the 2020 elections, 159 million voted out of a voting age population of around 231 million, leaving around 72 million or 31,2% who were eligible (not just registered voters) but did not participate. 

In the 2024 elections around 239 million Americans were estimated to be eligible to vote and at this moment only 144 million votes have been counted, which suggests a level of non-participation much higher than in 2020, with Trump's votes very close to those of 2020. Put another way, eligible voters who did not vote because they did not consider either candidate suitable were more numerous than voters for either candidate.

(To be continued)

08/11/2024

No, maybe it won't be the end of the world (2)

Continued from (1)

To the crushing defeat of the Democratic Party we will have to add the embarrassing fact that Kamala Harris had 13 million fewer votes than Joe Biden in 2020. On the other hand, Donald Trump had approximately the same votes as in 2020. We therefore have to conclude that it was not Trump who defeated Harris, it was Harris who defeated herself due to the loss of Democratic votes.

Financial Times

In any case, Trump managed to gain greater support in some sectors of the electorate as shown in the chart, especially among white non-college men and women, which is consistent with the estimates I cited yesterday of the three-quarters of votes cast by white workers and evangelicals. Another noteworthy fact and another humiliating defeat for Harris was Trump's 10% margin in the Hispanic vote, which had been 20% for Biden in 2020.

Financial Times

The second chart clearly shows the fact that the Democrats stuck in their woke bubble shot themselves in the foot by completely missing the issues that most concerned the electorate.

(To be continued)

07/11/2024

No, maybe it won't be the end of the world (1)

Mr. Trump won the elections with a majority unforeseen by most predictions (again) and also, for the first time, a clear majority of votes. It was a victory across the board for the Republican Party, which in addition to the presidency gained control of the Senate and perhaps also the House of Representatives.

It is a victory largely due to the white workers and white evangelicals of whom an estimated three-quarters voted for the Republican Party, mainly because of the former's rejection of globalization and immigration (which they blame for taking their jobs and competing for their jobs, respectively) and the rejection of woke ideology that the latter (and the former) see as an attack on family and morals.

That all this has been achieved mainly thanks to a morally and ethically dubious politician, to say the least, with a transactional view of politics, with erratic ideas and an inconsistent and disjointed speech, can only be explained by the negative partisanship that infects American political practice.

Now what? Now maybe it won't be the end of the world, as it wasn't in the previous term. Now the team is more consistent, starting with the vice president who once said “Never Trumper” and called him “America’s Hitler” (I don't agree) and an “opioid for the masses” (I must agree), but negative partisanship is much more pronounced today, largely due precisely to Mr. Trump, and external conditions are now much more difficult. That's why the risk of everything going wrong is clearly greater.

(To be continued)

06/11/2024

Vitimizar e vitimizar-se são os verbos mais conjugados no Portugal dos Pequeninos

O modelo 5-D de Geert Hofstede (várias vezes citado neste blogue) inclui a dimensão feminilidade / masculinidade em que o Portugal dos Pequeninos obtém um score que o posiciona no sétimo lugar mais feminino nas cinco dezenas de países que foram estudados. Este estereotipo feminino (que existe, como existem os cromossomas sexuais X e XY), inclui a simpatia pelo desafortunado, a valorização da vítima e o ciúme pelo sucesso. Ocorreu-me esta epifania laica ao ler o artigo de opinião «República das “vítimas”» de Pedro Gomes Sanches do qual não resisto a citar o seguinte excerto:
«Se és “racia­lizado”, és vítima de racismo, se és mulher, és vítima de machismo, se és imigrante, és vítima de xenofobia, se não tens casa, és vítima do turismo, se não te identificas com o sexo com que nasceste, és vítima de transfobia, se gostas de alguém do mesmo sexo, és vítima de homofobia, se não tens bom desempenho escolar, és vítima da meritocracia, se vives, és vítima das alterações climáticas.

Sempre que se pergunta a uma destas “vítimas” por que não rompe com essa condição ouve-se a mesma resposta: a sociedade capitalista, liberal, branca e heteropatriarcal é opressora e não deixa.»

E, já que estou com a mão na massa, e a propósito do Dia Mundial do Cuidador Informal que se comemorou ontem, remeto para com um artigo com o saboroso título “De que vale ter o estatuto?” Cuidadores pedem que cuidem deles em que se dá voz aos 15 mil cuidadores recenseados pela Segurança Social que esperam eles próprios terem um cuidador formal que, como se adivinha, é o Estado sucial, afinal o cuidador em cujo colo quase todos os portugueses ambicionam acolher-se.

05/11/2024

Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa (32)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa» e do «Semanário de Bordo da Nau Catrineta». Outras Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa.


Em retrospectiva: há sete anos o governo do Dr. Costa assinou um protocolo com o Dr. Basílio Horta, presidente da câmara de Sintra, um entre vários antigos cristãos-democratas convertidos às delícias do socialismo, para a construção do hospital de Sintra co-financiado pela câmara e o ministério das Finanças. O ano passado o ministro do SNS Dr. Pizarro anunciou a contratação de 600 profissionais. Sete anos depois o Dr. Basílio anunciou a inauguração do hospital com as obras por terminar, sem equipamento e sem os profissionais. (fonte) Uma nova tentativa de inauguração falhou devido a problemas de construção e de segurança só agora identificados.

Banco de Fomento é «torrar dinheiro em coisas que não valem pevide»

Recordemos que o Banco de Fomento sucedeu a um banco de fomento que fora privatizado por um governo PS, ressuscitado em 2018, só viu a luz do dia em 2021, depois de dois anos a ser anunciado pelo então ministro da Economia. E entre outros desastres desde a sua fundação em 2012 registou perdas de 124 milhões nas cerca de 300 startups em que participou. Desde então já teve mais de uma dezena de administradores e o ano passado mais dois que se demitiram por “cansaço”.

O Dr. Costa Silva, que foi ministro da Economia e tutelou o Banco de Fomento, vem agora informar-nos com quatro anos de atraso que «em Bruxelas não tinham muita confiança no Banco de Fomento».

Ele é uma autoridade em oportunidades perdidas

É difícil não concordar com o Dr. António Mendonça Mendes - afinal ele esteve 7 anos nos governos do Dr. Costa é um dirigente do PS há muitos anos e irmão de outra dirigente (lá está, a grande família socialista, sempre) - quando escreve que o OE 2025 é «um exercício assente numa visão de curto prazo, que gasta em termos de maior abundância e retira margem para responder a tempos de maior dificuldade. Uma oportunidade perdida. Os portugueses não o mereciam

«A educação é a nossa paixão»

A semana passada lembrei que entre as obras do Dr. Costa se destaca os desempenhos dos alunos medidos pelo PISA 2022 (Programme for International Student Assessment) que registaram quedas face a 2018 de 21 pontos em Matemática, 15 pontos em Leitura e 7 pontos em Ciências, quedas superiores à média dos países da OCDE em 41%, 54% e 249%, respectivamente. Faltou ilustrar o feito com este gráfico.

As empresas são todas iguais e umas são mais iguais do que outras

O ano passado tiveram benefícios fiscais 86 mil empresas e apenas 20 grupos empresariais (0,02 por cento do total) tiveram 16,5% do total.

04/11/2024

TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Se o sectarismo em geral é uma estupidez, o sectarismo num partido liberal é uma estupidez indesculpável

«Ao contrário de outras ideologias, o liberalismo não é uma ideologia utópica. Também não aspira a criar um homem novo despido da sua natureza humana. É uma ideologia que aceita a imperfeição como algo inerente à realidade. O liberalismo não aspira a um mundo perfeito, aspira a um mundo cada vez melhor. A lógica de pensamento para o mundo e para o país deve aplicar-se também ao partido. O partido nunca será perfeito para ninguém, será sempre composto por pessoas diversas, com diferentes personalidades e motivações, algumas das quais incompatíveis entre si. Esperar o contrário é utópico e o caminho mais rápido para a desilusão e o conflito. Entender a natureza humana implica saber gerir e tolerar as suas imperfeições, especialmente aquelas que são agravadas pelo stress da prática política e exposição pública.

As eleições internas podem ser uma festa da democracia, contribuir para projetar uma imagem positiva da IL e do próprio liberalismo. As circunstâncias, a inexperiência e alguma imaturidade impediram que isso acontecesse da primeira vez. Temos agora uma segunda oportunidade. Não a podemos desperdiçar.»

Carlos Guimarães Pinto, escrevendo sobre o sectarismo do tipo esquerdismo infantil que infecta o Iniciativa Liberal

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Declaração de interesse: a relação que tenho com o IL resume-se a ter votado uma vez na sua lista antes da infecção pelo sectarismo. 

Crónica de um Governo de Passagem (25)

Outras Crónicas do Governo de Passagem

Navegando à bolina
Em suma

«Montenegro cortou com a herança do Passismo e recolocou o PSD no centro político, roubando ao PS o papel de partido charneira do sistema. E, ao mesmo tempo, traçou uma linha divisória à sua direita, deixando claro a um certo eleitorado - que se preocupa com coisas como a alegada “ideologia de género” e a imigração dita descontrolada -, que só o voto na AD poderá mudar alguma coisa. Esta estratégia já estará a produzir resultados, tal como revelam as últimas sondagens. O que explica a necessidade que André Ventura teve de ir à televisão dizer que foi traído e enganado, como que dizendo aos seus correligionários que a sua estratégia só falhou porque do outro lado estava alguém que faltou à sua palavraEscreveu Filipe Alves e eu subscrevo.

Acrescento que tudo isto é óptimo para o futuro político do Dr. Montenegro e do PSD. Falta apenas o mais importante que são as mudanças indispensáveis para o futuro do Portugal dos Pequeninos.

Um Estado que cuida dos eleitores do “Partido do Estado”

Uma vez mais, o governo dá sinais para o eleitorado dos pensionistas garantindo que «estará disponível para fazer um aumento extraordinário das pensões, nomeadamente das mais baixas e para um aumento estrutural (?) das pensões».

Entretanto, segundo o CFP, a pesada carga fiscal assegurará um excedente de 0,6% superior ao previsto e o Dr. Sampaio que vive no interior do Dr. Montenegro declarou que há mais vida para além do orçamento: «o equilíbrio das contas não é o fim da nossa política». Vamos ver, no futuro não muito longínquo, o que resulta da concorrência entre o PS e o PSD para conquistar o voto dos velhotes.

Cativações deprimentes, inúteis e opacas

Quem assim as classificou foi a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) que considera as cativações «exemplos deprimentes da Administração Pública a trabalhar para si própria, inúteis para reprimir a despesa e opacas porque é impossível conhecer ex ante»

O crescimento é poucochinho

Negócios

O crescimento homólogo no 3.º trimestre foi 1,9% e em cadeia de 0,2% e, como o gráfico mostra, a tendência não é animadora. Ainda assim, graças ao aumento do consumo privado e apesar de um decréscimo do investimento. Imaginemos o que seria sem crescimentos do turismo superiores a 4% como se estão a verificar este ano.

Take Another Plan. Uma garantia preocupante e os “bafos” até ao final do ano

O ministro das Infraestruturas garantiu que a privatização da TAP «não será feita a qualquer custo». É uma garantia preocupante sabendo-se que o montante torrado na nacionalização da TAP ultrapassou até agora os três mil milhões de euros, o equivalente a nove meses de facturação e segundo o semanário referência a TAP será «bafejada com mais de €700 milhões até ao final do ano» que resultam da última tranche da pandemia e de um novo empréstimo obrigacionista de 343 milhões.

03/11/2024

Não são fascistas, são matarruanos (ou grunhos)

A esquerdalhada em geral, com a possível e ocasional excepção da esquerda inteligente, quando ouvem falar do Dr. Ventura ou do Chega fazem como a personagem do dramaturgo e poeta nazi Hanns Johst  que na peça Schlageter diz «quando ouço falar de cultura saco logo a minha arma», uma frase que com frequência é erradamente atribuída a Hermann Goering, Joseph Goebbels ou Heinrich Himmler.

No caso do Dr. Ventura ou do Chega, a esquerdalhada saca logo do insulto "fascista" ou "fascismo" e passa adiante. Este não é o caso da Dr.ª Clara Ferreira Alves que sua coluna da revista do semanário de reverência escreve esta semana um artigo (Ventura, nu e cru) onde depois de constatar que «para pertencer doutrinariamente a este clube (o clube da direita de Marine Le Pen ou Bardella, Giorgia Meloni, Viktor Orbán ou Geert Wilders) (...) Ventura e o Chega teriam de estudar história da Europa e história política», o que manifestamente não fizeram, e conclui (e eu com ela): 
«A resposta às democracias liberais terá muitas formas, mas nenhuma com as características de brutalidade verbal e ignorância histórica dos deputados do Chega, inebriados pelo resultado eleitoral que lhes deu um assento no Parlamento. Arruaceiros promovidos, sem ideologia, sem cultura, sem conhecimento, sem doutrina. Sem educação. Se Pacheco de Amorim, o ideólogo culto, pensa que os vai treinar e educar para reinar, pense outra vez. É refém de um grupo de matarruanos, e não foi isto que a extrema-direita portuguesa, com as filiações imperiais e salazaristas contra os desmandos da Primeira República, sonhou.»
Matarruanos ou grunhos, como o outro contribuinte escreveu. E não estou a falar dos eleitores que desses a maioria não são matarruanos, são ressabiados, desiludidos, desapontados, discriminados ou simplesmente desperdiçados, vulneráveis à banha-da-cobra que lhes é impingida. 

Estou já a escutar os protestos de uma direita que se considera inteligente e acredita que vale a pena seduzir uns matarruanos liderados por chico-espertos com muita lábia e poucos princípios, num expediente que em linguagem popular se costuma descrever como "se não se tem cão caça-se com gato". Voltarei um dia a este tema e por agora apenas recordo que um gato só caça ratos, passaritos, lagartixas e similares.

02/11/2024

As personae non gratae da clique putinesca continuam a sofrer da vertigem das alturas ou de envenenamento por novichok

Há duas semanas Mikhail Rogachev, antigo vice-presidente da empresa de energia Yukos, caiu de uma janela do 10.º andar de um edifício em Moscovo. Este ano foi o décimo russo da lista das personae non gratae da clique putinesca morto em circunstâncias suspeitas. Segundo estas contagens de mortes suspeitas, em 2022 foram 27 e em 2023 foram 25.

É altamente provável que estas contagens não incluam todas as mortes aparentemente encomendadas pela clique putinesca. Por exemplo as mortes da jornalista Inessa Papernaya, do seu noivo Maxim Radchenko e do empresário uzbeque Khushnud Udekov ocorridas mais ou menos na mesma altura de Rogachev não estão na referida contagem.

Conta-se como anedota que os actuários italianos do ramo Vida conseguem prever com uma razoável precisão o número de mortes na Sicília e os que pertencem à Mafia vão mais longe e prevêem com total precisão quem serão os mortos. Poderia dizer-se o mesmo das previsões dos actuários do Федеральная служба безопасности Российской Федерации das mortes no grupo das personae non gratae da clique putinesca.

01/11/2024

Black Nationalist Gets $20 Million to Promote ‘Segregation’ (and racism) in Public Schools with donations from the government and nonprofits, including the Gates Foundation


«An adviser to Pennsylvania governor Josh Shapiro, who supports school segregation and is a member of the Black Panther Party with family ties to Iran, runs a nonprofit that has raked in nearly $20 million in donations from the government and nonprofits, including the Gates Foundation.

Sharif El-Mekki, a former middle and high school teacher and principal, founded the Center for Black Educator Development (CBED) in 2019, which defines its vision as “a world where. . . all black students are taught by high-quality, same-race teachers,” and where “all teachers demonstrate high levels of expertise in anti-racist mindsets.” CBED argues that employing black teachers to educate black students increases educational outcomes.

Since its founding, CBED has trained thousands of teachers across the U.S. in “education activism,” urging a “commitment to liberation education from the racism inherent in America’s institutions, including our schools.” A CBED information packet titled “The Anti-Racist Guide to Teacher Retention,” developed with the Pennsylvania Department of Education, defines education as “a political act” that “can upend white supremacy and a racist history of using education as an oppressive social force.” 

“Every lesson plan is a political document, and every classroom interaction a political statement,” the guide reads. 

El-Mekki’s nonprofit boasts more than $19.5 million in assets, boosted by funders including the Bill & Melinda Gates Foundation, which donated over $1.4 million between 2020 and 2021, and the Silicon Valley Community Foundation, which gave over $1.1 million in 2022, according to public tax filings. Other backers include NBC Universal, Nike, the Bezos Family Foundation, the University of Pennsylvania School of Education, and dozens more. In 2023 alone, CBED trained more than 1,700 educators. In their most recent tax filing from 2023, El-Mekki drew a salary of $233,410 from the organization.

“He started up this organization, which on paper sounds like a really wonderful endeavor, getting more black teachers in the classroom,” said Dr. Mika Hackner, a senior research associate at the Jewish Institute for Liberal Values, which drafted a report on El-Mekki’s extremist views and activism that she shared with The Free Press. “But if you scratch beneath the surface—not even beneath the surface, it’s on their website—he’s propagating some pretty dangerous and divisive ideas.” 

El-Mekki, she added, is “bringing in segregation by a different and more socially and politically acceptable name.” »

Francesca Block in The Free Press newsletter