1.ª página do Caderno de Economia do semanário de referência |
A carência de reconhecimento dos portugueses, gerada pelo «sentimento (identificado por Eduardo Lourenço) de fragilidade íntima inconsciente e a correspondente vontade de a compensar com o desejo de fazer boa figura, a título pessoal ou colectivo», é ainda mais esmagadora do que a raridade de portugueses que o mundo reconheça estarem no topo do mundo.
É possivelmente por isso que um auto-intitulado semanário de referência (*), à míngua de portugueses que o mundo coloque no seu topo, aproveite o que vem à rede e juntando o útil ao agradável prestando um serviço promocional à Santogal prantando na 1.ª página do seu Caderno de Economia um seu gerente sentado numa bela Ferrari (os ferraris são todos fêmeas).
___________
(*) Parece que o semanário Expresso deixou cair há uns anos o "de referência", perdendo assim a singularidade de ser o único periódico auto-intitulado de referência.
Informação inútil (para conheça a obra de Hergé): «Le senhor Oliveira da Figueira vit ordinairement à Lisbonne, d’après les affirmations du capitaine du boutre qui recueille Tintin lors d’une tempête en mer Rouge, au début des "Cigares du Pharaon". Son prénom est un nom fréquent au Portugal et Figueira désigne une ville du centre du pays. On découvre vite sa principale caractéristique : c’est un vendeur qui sort de l’ordinaire.» (Timtim.com)
Sem comentários:
Enviar um comentário