Quando Donald Trump foi eleito em 2016 as organizações e os staffs da sua candidatura e os resultantes dos milhares de nomeações que cada novo presidente tem de fazer, foram caóticas e de uma considerável incompetência, respectivamente. Desta vez os seus apoiantes da sua candidatura e os respectivos think tanks começaram a preparar-se com muita antecedência e considerável maior competência.
O "Mandate for the Leadership - The Conservative Promise", short name "Project 2025", preparado pela Heritage Foundation há mais de um ano, impressiona desde logo pelas suas quase 900 páginas, que não impediram um estrondoso sucesso - segundo uma sondagem da Heritage nos primeiros dias de Agosto, quase dois terços dos eleitores tinham ouvido falar do Project 2025.
O problema é que muitas das ideias do Project 2025 não são populares, como fechar o Medicare e o Medicaid, proibir a pornografia, impor restrições federais ao aborto, revogar protecções ao trabalho infantil e autorizar o presidente a demitir dezenas de milhares de funcionários federais de carreira e substituí-los por nomeados de confiança política.
Percebendo isso, os democratas estão a expor à luz do dia as páginas obscuras e, perante a crescente impopularidade do Project 2025, Donald Trump sacode a água do capote e escreve no seu site Truth Social «Não tenho ideia de quem está por trás disso (...) discordo de algumas das coisas que eles estão dizendo e algumas das coisas que eles estão dizendo são absolutamente ridículas e abismais. Qualquer coisa que eles façam, desejo-lhes sorte, mas não tenho nada a ver com eles.» Tudo isto chamou ainda mais a atenção para o Project 2025 e está a levar Trump a afastar pessoas ligadas ao projecto e a nomear para a equipa de transição pessoas sem essa ligação.
Um problema adicional para uma pessoa doentiamente narcisista e com uma abordagem profundamente transacional da política é ser muito difícil conformar-se com um projecto, seja o 2025 seja outro qualquer, mas é claro que continuará a contar com a fidelidade da maioria dos seus devotos que o apoiam não pelas suas ideias, de resto escassas, contraditórias e em mutação constante, mas por partilharem dos mesmos inimigos e pela adesão emocional ao seu estilo.
3 comentários:
«Um problema adicional para uma pessoa doentiamente narcisista»
Ora, vejam só, o (Im)Pertinente agora virou profissional da saúde mental… está a ficar como o cata-vento Marcelo, um especialista em tudo e mais alguma coisa!
«com uma abordagem profundamente transaccional da política»
Como praticamente todos os políticos. O Bidé e a Kamela não são diferentes do Trump nesse aspecto, sobretudo a segunda.
« muito difícil conformar-se com um projecto, seja o 2025 seja outro qualquer»
E, no entanto, o projecto dele é por demais conhecido, desde há pelo menos oito anos: controlar a imigração, deportar os imigrantes ilegais, baixar os impostos para as empresas e para a classe média, baixar os custos da energia através do regresso aos combustíveis fósseis, aumentar as tarifas alfandegárias para as importações oriundas da Ásia, acabar com os incentivos à agenda verde dos demo-ratas, acabar com o ‘wokismo’ nas escolas, nas instituições do Governo e nas forças armadas.
Já a Kamela, de quem o (Im)Pertinente tem evitado falar (porque será, hem?), propõe “maravilhas” como: aumentar os impostos para “os mais ricos”, taxar mais-valias por realizar daqueles que tiverem um património de mais de 100 milhões de dólares, conceder benefícios fiscais aos “mais desfavorecidos” (fala-se em seis mil dólares por casal e por filho), conceder um crédito de 25 mil dólares a quem compra a primeira casa e, por mais obsceno que pareça, fixar os preços de certos alimentos e de “bens essenciais”. Altamente, não é, (Im)Pertinente? É mesmo disto que uma pessoa de Direita gosta, de preços controlados pelo Estado, certo?...
«é claro que continuará a contar com a fidelidade da maioria dos seus devotos que o apoiam não pelas suas ideias»
100% falso. É exactamente pelas suas ideias que ele é apoiado. O resto não nos interessa minimamente. Não adianta o (Im)Pertinente fingir o contrário, só se está a enganar a si próprio. Nós sabemos muito bem o que queremos. Já o (Im)Pertinente, pelo que vai publicando neste blogue, não parece saber, uma vez apoia precisamente os políticos que fazem o exacto oposto daquilo que se entende por liberdade económica.
«de resto escassas, contraditórias e em mutação constante»
Tretas. O programa de Trump para o seu segundo é muito semelhante ao programa para o primeiro mandato. Tal como o programa da Kamela é muito semelhante ao programa original do Bidé. É só lê-los, seu preguiçoso!
«mas por partilharem dos mesmos inimigos e pela adesão emocional ao seu estilo.»
Emocional é rejeitar um candidato e o seu programa eleitoral só porque não se gosta da sua personalidade. Não são os apoiantes de Trump que fazem isso, são mesmo os apoiantes da Kamela, os ‘wokes’ que o (Im)Pertinente critica umas vezes, mas apoia nas restantes…
Apoiado
A liberdade de expressão tem estas consequências........................Temos de respeitar...........
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