«Yo soy yo y mi circunstancia y si no la salvo a ella, no me salvo yo»
José Ortega y Gasset
Em entrevista ao canal Now o Dr. Costa fez algumas declarações aparentemente inesperadas, nomeadamente as seguintes:
«A AD ganhou as eleições e deve governar quatro anos»
«Aquilo que é normal nas oposições é não inviabilizarem à partida a existência de um Orçamento, mas predisporem-se a que o Orçamento possa ser viabilizado sem que isso seja entendido como um apoio ao Governo»
(...) se o Orçamento não tiver nenhuma medida que seja absolutamente intolerável para a oposição, eu acho normal que a oposição viabilize»
«A oposição não deve transformar Orçamento numa moção de censura.»
O comentariado doméstico parece ter ficado surpreendido. Sem razão, porque o Dr. Costa que proferiu tais declarações não é o mesmo Dr. Costa que foi um primeiro-ministro medíocre que geriu o poder com astúcia e um líder que colocou sempre o partido acima do país. O Dr. Costa que disse isso é o Dr. Costa futuro presidente do Conselho Europeu, mais interessado em projectar uma imagem de figura política da Óropa acima dos pequenos interesses domésticos e nada interessado em envolver-se nas pequenas intrigas do Portugal dos Pequeninos. Qual é o verdadeiro Dr. Costa? Nenhum deles ou, como provavelmente diria o filósofo espanhol Ortega y Gasset, os dois.
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