Em retrospectiva: que o debate sobre o aquecimento global, principalmente sobre o papel da intervenção humana, é muito mais um debate ideológico do que um debate científico é algo cada vez mais claro. Que nesse debate as posições tendam a extremar-se entre os defensores do aquecimento global como obra humana – normalmente gente de esquerda – e os outros – normalmente gente de direita – existindo muito pouco espaço para dúvida, ou seja para uma abordagem científica, é apenas uma consequência da deslocação da discussão do campo científico, onde predomina a racionalidade, para o campo ideológico e inevitavelmente político, onde predomina a crença.
No passado dia 22 de Julho as temperaturas médias no planeta bateram um novo recorde desde que o Copernicus as começou a registar em 22 de Julho de 1943.
Os dois gráficos acima ilustram sem qualquer dúvida a tendência para o aquecimento global da atmosfera. É claro que nada nos dizem sobre as causas do aumento das temperaturas médias que podem dever-se ao efeito de estufa das emissões de dióxido de carbono, metano ou outras resultantes da utilização de combustíveis fósseis, dos puns das vaquinhas ou de qualquer outra causa ou de todas em conjunto e da interacção entre elas, ou ao ciclo de Schwabe do Sol, ou a um castigo divino. Em todo o caso, no estado actual da discussão pública deste tema com algumas almas a ainda não se darem conta deste factos, é um bom ponto de partida perceber o que se está a passar antes de se ir aos porquês aos comos.
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