Que Paula Rego tenha intitulado «O Impostor» um quadro de 1964 onde, diz o ministro da Cultura, Salazar é retratado «satiricamente como um polvo», isso é lá com ela. É uma opção "artística" que para o caso é igual ao litro porque os artistas devem poder fazer o que lhes dá na realíssima gana.
Já o ministro ter decidido comprar o quadro por 400 mil euros porque, explicou ele, «esta peça é muito maior, e tem outro significado e relevância para estar exposta num museu de arte contemporânea com um perfil internacional» e é «muito emblemática por várias razões», isso já não é só com ele. É também com quem pensa, como este vosso escriba, que esta peça não é «muito maior», que usá-la para pagar com dinheiro dos contribuintes o tributo da esquerdalhada ao antifascismo é abusivo e que o título é simplesmente inadequado porque Salazar poderia ser, e foi, muita coisa, mas não foi certamente um "impostor", adjectivo que com toda a propriedade poderia ser aplicado à maioria dos que lhe sucederam depois da queda da cadeira, segundo uns, ou da banheira, segundo outros.
De resto, é um bocado estúpido estar a usar «O Impostor» para colar a martelo um rótulo de vítima do "fascismo" a Paula Rego por várias razões, como seja o facto desse quadro um ano depois de ter sido pintado ter sido pacificamente exposto na Sociedade Nacional de Belas Artes ainda em vida de Salazar.
1 comentário:
A sério?! Há por ali um polvo? Podia ter dado outros títulos alternativos: “O Pterodactilo sorridente”, “Mostrengo Patinador”, “1928”, “A Sombra da Angústia”, “Gelo Quente” ou até “A Impostora ao Espelho”… porque isto de ser artista, na modernidade, é fazer o dá na veneta – pour épater le ministre.
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