No passado fim de semana assistimos a mais um confronto entre a paixão pela educação e o amor ao ensino público. Por um lado, a paixão do PS, que já vem desde o Eng. Guterres, antes da sua fuga do pântano, prossegue incansavelmente o desgaste de uma das peças mais importantes do elevador social e em nome da igualdade perpetua as condições para a desigualdade de oportunidades. Por outro, o amor dos sindicatos pelo “ensino público”, que é como quem diz pela manutenção de um emprego mal pago, mas vitalício, pouco exigente, mas desqualificado, com “progressão” garantida, mas promotor da incompetência e do demérito.
O resultado garantido daquela paixão e deste amor é a promoção do facilitismo, a degradação da qualidade do ensino, a fuga para o “privado” dos filhos de todos os pais que podem pagá-lo em cima do pagamento do ensino público que já fazem com os seus impostos. No final, a “paixão pela educação” torna-se tóxica e a defesa do “ensino público” torna-se na sua redução a ensino degradado para os pobres.
Será também a justiça uma paixão socialista?
Salas de tribunal sem aquecimento, sistemas de gravação que não funcionam, elevadores avariados são apenas algumas consequências da presumível paixão socialista.
E depois de 13 membros do governo caídos… o vetting, ou como escolher ministros como se fossem escriturários
A escolha de um membro do governo é uma responsabilidade indelegável do primeiro-ministro e pretender substituir essa responsabilidade por um questionário não passa de um expediente para fintar essa responsabilidade. Ainda para mais com um questionário em que mais de metade das perguntas estão orientadas para candidatos que algum dia tiveram uma relação profissional com uma empresa quando, segundo as contas de Isabel Stilwell, nove de cada dez só tiveram empregos públicos.
Não adiantará, como não adiantou criar três códigos de conduta para os governos do Dr. Costa, pois se o Dr. Costa nem consegue escolher bem os seus assessores pessoais, como foi o caso (benigno, face ao padrão habitual), do Dr. Magalhães Ribeiro, que se demitiu na terça-feira após condenação por violação dos deveres de neutralidade e imparcialidade nas funções de presidente da câmara do Cartaxo.
Votando com os pés
O ano passado a emigração portuguesa, que estava em queda desde 2014, aumentou 15 mil para 60 mil, com o Reino Unido a ser o país mais atractivo, seguido da Espanha. Na sua esmagadora maioria são jovens e segundo o Observatório da Emigração são pessoas pouco qualificadas. Resta acrescentar que essas pessoas são também pouco acomodadas, e por isso emigram, a par com as qualificadas, cada vez em maior número, igualmente pouco acomodadas.
Ao contrário do que se diz, os governantes socialistas são amigos dos “privados”
Apenas dois exemplos recentíssimos: o da Drª. Rita Marques, ex-CE do Turismo, que concedeu benefícios fiscais de 366 mil euros e 30 milhões de euros em ajudas públicas ao seu ex-futuro empregador e o do Dr. Miguel Reis, presidente da câmara de Espinho, que favoreceu o licenciamento de projectos imobiliários a empresários amigos.
(Continua)
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