Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

17/07/2018

Dúvidas (227) - Estarão os deputados capturados pelo PC?

PC refere-se ao Politicamente Correcto e não ao Partido Comunista e este post, que é reformulação de um outro de há dois anos, vem a propósito da votação a semana passada pelo parlamento da reapreciação da «lei de identidade de género» vetada em Maio pelo PR e agora «aprovada com a introdução de um relatório médico não patologizante para menores de 18 anos», nas palavras de uma das deputadas promotoras.

Em benefício das mentes ainda não iluminadas pelo PC, esclareça-se que a identidade de género não é a regressão do género Homo para o género Australopithecus afarensis, por exemplo; é apenas conceder aos maiores de dezasseis anos o direito a alterar no registo civil o «género», o nome e a fotografia do requerente de acordo com a sua «vivência interna e individual do género… e que inclui a vivência pessoal do corpo», segundo a formulação berloquista.

Ou seja, o João, um pimpolho com 16 anos, que segundo a lei ainda não atingiu a maioridade, poderá levantar-se um belo dia de manhã, vestir a lingerie, a saia e a blusa da mãe, passar pelo consultório do médico amigo do pai para obter o relatório não patologizante e ir ao registo civil requerer a mudança para o «género» feminino mudando o nome para Joana. Se, mais tarde, se mudar a sua «vivência interna e individual do género… e que inclui a vivência pessoal do corpo», vestirá as cuecas, as calças e a camisa do pai e voltará ao registo civil para mudar para o «género» masculino e chamar-se de novo João.

O João à saída do registo civil com o novo «género»
É claro que, sem esta lei, nada impediria o João, ou a Joana, de atingindo a maioridade alterar o seu registo civil sem necessidade de representação e, por isso, faria muito mais sentido antecipar a maioridade para os 16 anos já que, se uma criatura tem maturidade para decidir mudar de «género», terá maturidade para assumir plenamente os seus direitos e responsabilidades – ter não tem, mas isso é outra questão. Por isso, esta lei é apenas mais uma bandeira pour épater le bourgeois ou, dito de outra maneira, só não é um insulto à inteligência porque os parolos que se deixam fascinar por estas iniciativas devem pouco à inteligência.

3 comentários:

Miguel Santos disse...

Quando os jovens se lembrarem que a mudança de identidade de género pode abrir-lhes a porta do balneário das raparigas, vão haver muitos a querer mudar...

Anónimo disse...

O comentário está enviesado, de esguelha, parcial:
● Não só Eles vão querer vê-las no balneário Delas...
● Como Elas vão querer vê-los no balneário Deles...
E já agora, tudo ao molho...

Ah... e um abraço

Anónimo disse...

«Por isso, esta lei é apenas mais uma bandeira pour épater le bourgeois ou, dito de outra maneira»
para impressionar os burgessos...