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27/04/2018

CASE STUDY: A luso-sensibilidade à desigualdade e a luso-expectativa que o governo trate disso

O Eurobarómetro «Fairness, inequality and inter-generational mobility» permitiu comparar a percepção dos 28 países em três dimensões. Em duas delas («Justiça e igualdade de oportunidades» e «Progressão temporal») não há diferenças assinaláveis entre as percepções dos portugueses e as médias europeias. Como se pode ver nos diagramas seguintes, onde se encontra um verdadeiro abismo é na «Percepção sobre as desigualdades de rendimento» em que os resultados de Portugal mostram que os portugueses: (a) são os mais sensíveis às desigualdades (apesar de Portugal não ser o país mais desigual) e (b) os que mais esperam que o governo intervenha para as reduzir.


Não há razão para surpresa. Já por diversas vezes citei as análises de Geert Hofstede que mostram os portugueses como um dos povos mais femininos do mundo (com um baixo score na dimensão cultural masculinidade do modelo de Hofstede) e também um dos mais colectivistas (com um baixo score na dimensão cultural individualismo), de onde a extrema sensibilidade à desigualdade (corolários: direitos adquiridos e progressão automática nas carreiras independente do desempenho) e a forte expectativa que o governo trate disso (corolários: tendência esquerdizante e preferência pelo nanny state).

1 comentário:

Terry Malloy disse...

E quantos desses países tiveram uma revolução comuno-socialista nos últimos 50 anos?