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25/04/2018

SERVIÇO PÚBLICO: Causas de que o jornalismo de causa prefere ignorar

«Mas não fazer nada de jeito, nada de relevante, nada de fundo sobre a Operação Marquês é mesmo uma opção jornalística? Deve mesmo tratar-se este caso como todos os outros ou como as questões do momento que vão e voltam? Ou, neste caso, é uma profunda e determinada opção de não jornalismo?

É mesmo uma opção editorial dedicar mais recursos e tempo a falar dos dramas do consumo do abacate ou do futuro da mobilidade urbana do que da Operação Marquês? A pergunta é demagógica e capciosa, porque qualquer jornal, site, rádio ou televisão fazem dezenas de escolhas diárias em paralelo e umas não anulam as outras. Mas a resposta não é demagógica nem capciosa: não, não deve ser opção editorial não dedicar um esforço sério a este caso. Infelizmente foi a de muitos jornalistas e redações, que se esconderam na confortável sombra de um manto que explica tanto o tempo da justiça como o silêncio tático da política.

Os jornalistas não são juízes nem políticos. Não se devem confundir com eles. Mas não podem usar as limitações ou as hesitações daqueles como argumentos para a sua confortável inação, que, no limite, redunda numa profunda incompetência ou inutilidade.»

«Isto não é não jornalismo», FacebookRicardo Costa no Expresso Diário, defendendo a reportagem da SIC sobre a Operação Marquês que desencadeou uma indignação que está mais preocupada com a violação do segredo de justiça (que aliás não teve lugar porque a acusação está feita) do que com «a divulgação da acusação mais grave da nossa democracia, que cruza a maior falência bancária do pós-25 de Abril e o colapso da jóia da coroa da bolsa portuguesa».

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