Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

06/09/2017

CASE STUDY: Uma espécie de affirmative action do nepotismo

Aqui tratei do insucesso da affirmative action como forma de luta contra discriminação racial na admissão às faculdades e universidades americanas. Mas há outras formas sub-reptícias de discriminação. E não, não se trata da discriminação sexual, até porque actualmente as mulheres estão em maioria ou para lá caminham em muitas universidades e, mais cedo do que tarde, é até provável que seja "necessário" adoptar medidas de affirmative action sexual em benefício dos homens (brancos).

Trata-se da discriminação positiva em favor das famílias - uma espécie de nepotismo nas universidades de elite americanas. O fenómeno também existe em Portugal - por exemplo no Liceu Francês.


Veja-se o caso de Harvard, uma das oito universidades da Ivy League e a segunda mais selectiva, em que pelo menos 30% das admissões são herdadas de pais ou familiares próximos devido aos critérios explicitamente adoptados. «Among a group of similarly distinguished applicants, the daughters and sons of Harvard College alumni/ae may receive an additional look» escreve-se no site da universidade com notável frontalidade (ou falta de pudor dirão as almas sensíveis).

«The affirmative action ‘we don’t talk about’ — 30% of Harvard freshmen are legacies: survey»
Como o rácio médio de admissões na Ivy League é inferior a 10%, há todos os anos um bom número de estudantes talentosos preteridos em favor do esperma feliz, como lhes chama Warren Buffet.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ainda bem que uns 70% não entram por cunhas. Senão Harvard 'já era'.