Há 2 anos o governo socrático assinou um contrato de investimento com a RPP Solar de Alexandre Alves, o «barão vermelho» (vermelho pelo lado dos lampiões e pelo lado dos comunistas), um «empresário» que controlou a cooperativa Tepclima resultante da apropriação da empresa Tiago & Pereira a seguir ao PREC. Mais tarde foram criadas outras cooperativas agrupadas na FNAC - Fábrica Nacional de Ar Condicionado, falida estrondosamente alguns anos depois, com os cooperantes depenados, salvo naturalmente o barão vermelho e os seus amigos que, segundo as crónicas da época, teriam ficado milionários.
O contrato de investimento referia-se a um complexo fabril para a produção de painéis solares e, mais tarde, torres eólicas e turbinas de co-geração. Era não apenas um PIN (projecto de interesse nacional) mas um PIES (projecto integrado de energia solar), onde seriam investidos mais de mil milhões de euros, devidamente oleados com subsídios e benefícios fiscais de 128 milhões. Previa-se a criação de 1.800 postos de trabalho incluindo 300 engenheiros e quadros técnicos.
Como seria de esperar por quem tivesse alguma ideia sobre a dificuldade de viabilizar nos tempos que correm a fabricação de painéis solares e quem era o «empresário», a coisa ficou-se por uns pavilhões vagos e inacabados, construídos com o que sobrou depois de torrado o dinheiro que o barão tinha e o que não tinha na compra por 100 mil euros em 2009 à câmara de Abrantes de um terreno que ao município tinha custado dez vezes mais. Sem surpresa, ao socialista presidente da câmara no ano seguinte foi-lhe oferecido um lugar de direcção na RPP Solar.
O governo resolveu na 2.ª feira passada denunciar o contrato.
[Links úteis: sobre o «barão vermelho»; sobre a FNAC; sobre o projecto; sobre o desfecho]
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Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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