A única coisa que cresceu obvia e continuamente foi o Estado e a despesa pública. Apesar do número de funcionários públicos não ser muito elevado pelos padrões europeus, estima-se em 12% da população activa de 105 milhões (66% nos serviços e apenas 14% na indústria), a despesa com salários e pensões dos funcionários públicos ultrapassa 12% do PIB. Já hoje os salários dos funcionários públicos são o dobro do sector privado para funções comparáveis e crescem rapidamente puxados por constantes greves e exigências absurdas de aumentos múltiplos da inflação.
Recentemente a Economist publicou um interessante artigo de onde extraí o diagrama seguinte.
Fonte: «Facing headwinds, Dilma changes course» |
Com esta máquina pesadíssima não admira os recursos financeiros terem sido insuficientes para o investimento em infraestruturas rodoviárias, ferroviárias (inexistentes) e portuárias, investimento que tem sido muito inferior às necessidades de um país com 205 milhões de habitantes espalhados por 8,5 milhões de km2, área equivalente a 95 portugais, divididos por 26 estados e um distrito federal.
A focalização do investimento público nas duas grandes obras do regime, a Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, irá absorver uma parte significativa dos recursos públicos disponíveis, provavelmente muito mais de 30 mil milhões de euros. Londres, depois de várias revisões do orçamento olímpico, ultrapassou os 14 mil milhões – imagine-se o que a megalomania, a corrupção endémica nas obras públicas e uma gestão deficiente de grandes projectos podem fazer no caso do Brasil.
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