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04/12/2009

DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: querem-nos abater, mas nós não deixaremos

João Duque, a quem a Nossa Senhora da Maldita Realidade terá aparecido faz tempo, e por isso não me lembro de fazer parte dos Pastorinhos dos Amanhãs que Cantam, deu hoje mais um passo em frente com o seu artigo «Agarrem-se!» onde, a propósito das estatísticas de desemprego do Eurostat, escreve o script para o filme: « 2012 está a chegar a Portugal».

É grave quase 20% dos portugueses até aos 25 anos estarem desempregados? É grave, mas não é nada que os pais desses portugueses não aguentem – afinal os filhos já hoje ficam acampados na casa paterna materna até aos trintas e tais. Aliás, a coisa até potenciará um prolongamento do suplemento de felicidade das mães desses jovens, que assim disporão de mais uns anos para lhes fazerem as camas e lhes darem as papinhas.

Estamos bem servidos de profetas da desgraça. Ao princípio era o Medina Carreira, e os optimistas, ou seja os pessimistas mal informados, diziam pois, lá está ele. Agora que o campo dos Amanhãs que Cantam está cada vez mais deserto, chegou a minha vez de dizer BASTA! É um exagero. Os amanhãs nunca cantaram a não ser nas meninges dos lunáticos e não foi por isso que os portugueses não resistiram a mais de 5 séculos de decadência. Temos uma grande experiência e podemos aproveitá-la para ensinar aos espanhóis e outros povos cheios de guelra como ser feliz na infelicidade. É só uma questão de baixar as expectativas e fazer aquilo que sabemos fazer melhor: adoptar uma atitude de songamonga, com um olho no burro e outro no cigano, a deixá-los pousar, que nós cá estamos à espera que eles se estendam ao comprido. Enquanto os europeus prosseguem o projecto burocrático de transformar a Europa numa Grande Bélgica, nós os portugueses acalentamos um sonho que é um desígnio de um povo: construir o Quinto Império.

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