Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
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The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

29/04/2004

BLOGARIDADES: Iletrismo ainda vai. Galicismos é que não. (Recidiva nº 2)

Atrasado, mas não esquecido. Adicionado o assassinamento ao Glossário, resta esclarecer o equívoco da criação, indevidamente atribuída ao Impertinências pela doutora Charlotte.

O substantivo assassinamento só é impertinente por adopção. Não é novíssimo, nem único Os suspeitos da invenção são os etimologistas que produziram a 25ª edição do Dicionário de Cândido de Figueiredo. O que faz dele, infelizmente, um substantivo mais pernóstico do que popularucho, mas apesar de tudo da minha simpatia.
Numa pesquisa no Google, assassinamento apresenta 293 ocorrências, das quais 285 em páginas em italiano, porque se trata de uma belíssima palavra dessa língua, que seria uma vergonha uma língua que adoptou tantas outras, algumas manhosas, não adoptasse também esta.

Nova entrada para o Glossário das Impertinências que ficou assim:
Assassinamento (etimologês)
O assassínio por razões políticas em que não são suspeitos bebedores de «hasis» (charro, erva, merda). Por vezes também usado em vez de assassinato político, quando a língua materna dos suspeitos não é o inglês. Um substantivo com uma bela sonoridade, que talvez não exista em português, o que para o caso não interessa. Importante é que assassinamento, palavra infiltrada pela política, é mais um adjectivo do que um substantivo (teria dito Baptista-Bastos se se tivesse lembrado).


(Ferramenta com o qual, diz-se, o hassasi tomaria a sua poção de hasis preparando a sua alma para mais uma encomenda - um hassasinato, que outra coisa poderia ser?)

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